O monitoramento diário da meningite na Bahia, realizado pela Secretaria Estadual de Saúde, detectou uma queda de cerca de 50% no número de casos, e de óbitos, da doença, nos primeiros quatro meses desde ano. Até 11 de abril de 2013, foram registrados 85 casos contra 165, no mesmo período de 2012.

A quantidade de mortes segue a mesma tendência. No ano passado, foram 14 vítimas, contra sete deste ano. Os dados ainda dependem de uma confirmação, mas a coordenadora do Programa Estadual de Imunização e Vigilância, Fátima Guirra, garante que os números oficiais, que estarão disponíveis no final de abril, não apresentarão muitas diferenças. “Ao contrário de outras doenças, as suspeitas de meningite são quase sempre confirmadas, por apresentar sinais e sintomas bem típicos”, disse.

Os números, caso se mantenham nessa tendência durante todo ano, anunciam o melhor resultado do combate à doença desde que, em 2009, um surto atingiu mais de 1500 pessoas em todo estado. A luta contra a meningite, desde então, tem sido marcada por altos e baixos, pelo menos em números de casos.

Em 2010 aconteceu uma queda (1031), apesar do número de óbitos ter sido o maior dos últimos anos (145). Em 2011, o número de casos subiu para 1384, subindo novamente, em 2012, para 1481. O número de mortes, contudo, vem diminuindo constantemente desde 2010. No ano seguinte foram 131 e, em 2012, 92 mortes vítimas da doença.

Controle da doença

Para Fátima Guirre, esse é o resultado esperado do esforço que o estado vem implementando para controlar a meningite. “Investimos muito na educação em saúde, nos treinamentos das equipes multidisciplinares dos serviços de saúde nos 417 municípios. Além disso, conseguimos garantir uma maior eficiência no que se refere à Vigilância Epidemiológica”, explicou.

Em relação à educação em saúde, segundo Guirre, foram feitas campanhas com abordagens e distribuição de material educativo que surtiram efeito. “Com isso, pudemos lembrar, principalmente àqueles que estiveram próximos de pessoas contaminadas, sobre a importância da higiene, sobretudo a lavagem das mãos. Outro aspecto importante, foi a conscientização sobre a importância do bom arejamento das casas para evitar o contágio”, ressaltou.

Os treinamentos contínuos de agentes de saúde aliados a uma maior eficiência das questões que envolvem a Vigilância Epidemiológica acrescentaram novos ganhos na guerra contra a doença. “Com isso, conseguimos fazer o diagnóstico com mais precisão, o que leva à detecção precoce da doença e uma consequente assistência em tempo oportuno”, acrescentou.

Outro aspecto que Fátima Guirre ressaltou como sendo de extrema importância no combate à meningite são os procedimentos de assistência aos infectados. “Melhoramos muito também nesse ponto. Os hospitais estão mais conscientes da necessidade de se cumprir o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, no qual estão discriminadas as ações corretas para cada tipo de meningite”, disse.

A atenção direta àqueles que estiveram em contato com as pessoas doentes foi também trabalhada nos últimos anos. De acordo com Guirre, foi investido muito na quimioprofilaxia, que é o uso de medicamentos nas pessoas que correm o risco de estarem infectadas pelo fato de terem se aproximado de quem já está com a doença.

Para fechar ainda mais o cerco, lembra Guirre, o governo estadual introduziu as vacinas contra a meningite no calendário básico das crianças menores de dois anos, o que só veio acontecer, em âmbito nacional, em 2010. “Essas são hipóteses que levantamos para a queda que os dados atuais apontam. Porém, os fatores reais de decréscimo desses números serão conhecidos realmente depois de um estudo mais aprofundado da situação”, concluiu. Fonte: Tribuna