Resultados de um teste realizado por cientistas da cidade chinesa de Wuhan (considerada o epicentro do novo coronavírus) mostraram que duas drogas conseguiram controlar a infecção. Uma delas é a cloriquina, um antiviral com mais de 70 anos. A outra, o remdesivir, está no radar do governo chinês para estudos em humanos e passa também por análises contra outra doença, o Ebola.
Na pesquisa, publicada pela revista “Nature”, inicialmente foram testados cinco tipos de medicamentos utilizados contra dois integrantes da família coronavírus que originaram surtos neste século: a Sars e o Mers. As possibilidades de êxito circundam em torno das características semelhantes apresentadas entre os vírus, inclusive, um outro estudo já tinha apontado proximidades genéticas de 19,5% entre a Sars e o novo coronavírus (2019 n-CoV).
Em laboratório, durante os testes, a cloriquina conseguiu barrar a nova doença. O antiviral é utilizado para tratar a malária e algumas doenças autoimunes; ele possui um baixo custo e uma segurança, em humanos, assegurada. Outra característica da medicação, é que ela tem uma alta capacidade de atuar no sistema imunológico, o que aumenta a eficiência contra a infecção.
Já o remdesivir, é um antiviral de espectro amplo que também se mostrou viável contra o novo coronavírus. Ele é um medicamento desenvolvido pela farmacêutica “Gilead Sciences”, dos Estados Unidos (EUA) e está em fase clínica para o tratamento contra o Ebola, que atinge a República Democrática do Congo desde 2019. Também é usado em pesquisas contra o vírus Nipah, que provocou uma epidemia na Malásia, em 1998, provocando 105 mortes.
Entre as semelhanças entre o vírus ebola e o novo coronavírus estão: o RNA, com material genético em uma única fita e o período de incubação mais curto, que dura de 2 a 20 dias (para o Ebola) e de 2 a 14 dias (para o novo coronavírus).
Ontem, segundo o “The New York Times”, a China começou a selecionar pacientes para uma pesquisa clínica.
Até as 21h da quinta-feira, foram registradas mais de 31 mil casos de coronavírus na China (país que centraliza a maior quantidade de vítimas pela doença) e centenas de óbitos.