Para os baianos, economizar na conta de luz se tornou mais fácil em 2013. Se em janeiro a presidente Dilma Rousseff já havia anunciado o corte de 18,96% nas tarifas residenciais de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) resolveu melhorar ainda mais a situação para os moradores da Bahia.
Os clientes residenciais do estado terão redução, a partir de segunda-feira, de 10,53% na conta de luz. Isso significa que quem desembolsava R$ 100 para quitar a conta de luz no ano passado, e manteve o consumo este ano, pagará, a partir de agora, R$ 72,50 pela energia que consumir no mês. De acordo com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), a redução acumulada de 2013 em relação ao ano passado chega a 27,5% para as residências.
O corte de 10,53% para consumidores residenciais foi aprovado ontem pela Aneel e decidido após a revisão tarifária pelo 3º Ciclo Periódico para a Coelba. As revisões são realizadas a cada cinco anos, no caso da concessionária baiana, e substituem o reajuste tarifário anual. Concessionárias de outros três estados passaram pela análise da agência.
A redução média para todos os consumidores da Bahia foi de 7,92%, sendo de 9,9% para o grupo que engloba residências, pequenos estabelecimentos comerciais, áreas rurais e iluminação pública e de 4,03% para indústrias.
“Através de um procedimento, a Aneel avalia a eficiência econômica da concessionária e define se a taxa deve aumentar ou diminuir”, explica a professora de Engenharia Elétrica da Unifacs, Antônia Cruz.
De acordo com a assessoria da Coelba, a decisão foi embasada em um estudo que a Aneel realizou sobre a concessionária, levando em conta questões internas da empresa, como investimentos realizados nos últimos cinco anos e lucro anual da companhia, entre outros itens. Em nota, a agência reguladora informou que a atualização das tarifas visa manter o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Não foram detalhados os motivos que levaram a agência determinar a queda das tarifas na Bahia. “Temos que esperar eles publicarem as razões que os fizeram reduzir a conta de luz para entender”, diz a professora de Engenharia Elétrica da Unifacs.
Economia
O reajuste aprovado ontem pela Aneel atinge aproximadamente cinco milhões de unidades consumidoras em 415 municípios baianos.
O aposentado Agnaldo Santos, de 68 anos, comemorou a decisão. Ele estima que a conta de luz de sua casa já estava 10% menor por conta do corte anunciado por Dilma em janeiro. “Agora vai reduzir ainda mais. É bom que usamos o que sobra para viajar, por exemplo. Mas o importante mesmo é que esses incentivos do governo despertem os consumidores para eles economizarem nesses bens, como energia e água, para não faltar adiante”, reflete Agnaldo.
O aposentado conta que ele e sua esposa já haviam tomado medidas por conta própria para economizar energia. “Moramos em um apartamento menor desde que minha filha casou, compramos eletrodomésticos novos e mais econômicos e não usamos o ar-condicionado o tempo todo”, relata.
Diferente de Agnaldo, a professora Antônia Cruz não acredita que os benefícios tornarão as pessoas mais conscientes e econômicas no uso da energia elétrica. “Falta cultura no uso consciente de energia. Em uma estimativa, eu diria que apenas 15% (dos baianos) sabem usar a energia de maneira adequada”.
Para a professora, a única barreira no desperdício de energia para a maior parte das pessoas é o custo das tarifas. “Se esse custo causar um problema, há uma redução”, opina. De acordo com nota da Aneel, a revisão tarifária da Coelba foi discutida em audiência pública entre fevereiro e março, com uma sessão presencial em Salvador no mês passado.
Outros estados
A redução da conta de luz aprovada para Bahia não se repetiu em outros três estados que também passaram pelo processo de revisão tarifária. No Rio Grande do Norte, os diretores da Aneel decidiram aumentar as tarifas pagas por 1,2 milhão de consumidores, resultando em um acréscimo de 3,42% para as residências e de 7,33% para as indústrias.
Em Sergipe, o aumento na conta de luz será de 6,12% para as residências. Já as indústrias terão redução de 0,07%. No estado, 638 mil unidades consumidoras serão afetadas. No Rio Grande do Sul, os consumidores residenciais pagarão 3,6% a mais na tarifa de energia e as indústrias terão 3,91% de acréscimo. Cerca de 1,2 milhão de consumidores gaúchos sentirão os efeitos da revisão tarifária. Fonte: Correio