Nesse domingo, Bahia e Vitória se enfrentarão na inauguração da Itaipava Arena Fonte Nova. Mas, apesar da marca ter desembolsado R$ 100 milhões para ter seu nome associado ao estádio, nas proximidades da Arena quem domina são Skol e Schin. E, já que não vai ser permitido beber nas arquibancadas, os donos de bares e botecos da Avenida Vasco da Gama e transversais já estão abastecendo os freezers para que as rivais possam brigar, gol a gol, pela sua preferência.

“Toda semana eu compro 10 caixas de latão e 10 caixas de latinhas da Schin e da Skol. Mas a Schin sempre acaba primeiro”, conta o dono do Mercadinho Santo Antônio, Roberto Carlos Borges. Mas o proprietário do Bar e Lanchonete do Juarez, Juarez Santos, empata o jogo. “Aqui, o que mais vende é Skol. Pra esse Ba-Vi, comprei 10 caixas extras de latão”. Isso além das 26 caixas de cerveja em garrafa, que já pede normalmente.


Carlos mostra o estoque de cervejas do Bar do Florisvaldo

na Ladeira do Pepino: preparado para o Ba-Vi

O dono do Bar Boa Vista, Sandro Mendes, também aposta no Ba-Vi. “Normalmente peço 20 caixas pro fim de semana, mas esta semana já pedi 40. Se não vender, não tem problema, porque cerveja não perde a validade ”,diz ele que, pelo menos por enquanto, é vendedor exclusivo da Schin. “A Schincariol e a Ambev já vieram aqui. Estão brigando para ser exclusivos, mas eu fico com quem me der mais preço”.

Terceiro lugar – Mas se o futebol baiano ainda procura uma terceira força, no campeonato das cervejas, a Brahma está indo bem melhor que Bahia de Feira, Vitória da Conquista e Ypiranga. Pelo menos em se tratando dos bares da região.

Na Ladeira do Pepino, a Lanchonete, Bar e Restaurante 2014 acaba de virar vendedor exclusivo da marca. E, para começar, já encomendou 2 mil latinhas para o domingo. Exagero? “Você não viu o bolo que foi na compra de ingresso? Domingo, o povo vai beber antes e depois do jogo”, opina o proprietário Antônio Gama, que tem mais dois bares menores nas proximidades.

Cerveja Brahma também não vai faltar no Bar do Florisvaldo, um pouco mais acima. “Já tem umas 30 caixas aí, de Brahma, Schin e Skol, mas ainda vai chegar mais”, promete o funcionário Carlos de Oliveira. “Itaipava não tem não, ainda não apareceu ninguém deles aqui”, conta ele, se referindo aos promotores de venda das cervejarias, que costumam percorrer os bares para negociar com os proprietários.

Situação semelhante contavam Rita e Zelito Lima, donos do Bar do Zelito, também na Ladeira do Pepino. “Para domingo, temos 20 caixas de Schin, Skol e Brahma, fora os latões e ‘piriguetes’. Mas a Itaipava ainda não apareceu… Meu Deus, vocês não morrem mais!”, espantou-se, ao avistar dois promotores da Itaipava se aproximando do bar.

Há cerca de 15 dias, eles percorrem os bares da região para tentar inserir a marca no mercado. “Só queremos apresentar a nossa linha de produtos”, disse um deles. Ele contou que cada negociação é diferente, mas podem ser oferecidas mesas, cadeiras, abridores, porta-guardanapos e freezers da marca.

Entre os comerciantes da região, a dupla da cervejaria foi recebida com alguma desconfiança. Seu Zelito até gostou da proposta, mas pediu que eles voltassem no dia seguinte (hoje). Outros proprietários de bares, como seu Francisco, do Acarajé do Dique, compraram em pouca quantidade. “Comprei só duas caixas para fazer o teste. Se vender, compro mais”.

Mercado – O grupo Petrópolis, dono da Itaipava, detém apenas 0,51% do mercado baiano, de acordo com o último levantamento do Instituto Nielsen, no ano passado. No mercado nacional, no entanto, a marca briga com a Schincariol pelo segundo lugar, já que a AmBev – detentora da Skol, Brahma e Antarctica, dentre outras – é líder absoluta, com quase 70% de participação. No mercado baiano, esse número é menor: 64,5%, permitindo que a Schin fique com uma fatia de 30,7%, um dos melhores resultados do grupo entre os estados.

Para tentar reverter essa situação na Bahia e desbancar a Schin nacionalmente na briga pelo segundo lugar, o Grupo Petrópolis está construindo uma fábrica em Alagoinhas, a 108 quilômetros de Salvador.

Ambulantes terão que respeitar ordenamento

Não é só para os bares e botecos da região que a reinauguração da Fonte Nova vai ser lucrativa. Perto de qualquer evento com grande aglomeração de pessoas estão eles, os ambulantes. No domingo não vai ser diferente, só que com algumas restrições.Segundo a secretária de Ordem Pública, Rosemma Maluf, os ambulantes poderão comercializar suas bebidas sem problemas, desde que não invadam alguns espaços. “Para evitar tumulto e facilitar o fluxo de pessoas, não será permitida a presença de ambulantes na Ladeira da Fonte das Pedras e na lateral do estádio, onde tem a bilheteria e a escadaria.

Na escadaria que dá acesso ao Jardim Baiano também não vai ser permitido, porque é uma área de grande circulação de pessoas”, explicou a secretária.Segundo ela, agentes da Secretaria Municipal da Ordem Pública, a Guarda Municipal e a Polícia Militar cuidarão da fiscalização. “O ideal era que não tivesse bebida, para evitar confusão, mas como isso não é possível, vamos fazer um ordenamento dos ambulantes para facilitar o acesso, inclusive dos cadeirantes”, acrescentou a secretária. Fonte: Correio