O segundo dia de audiência do caso New Hit teve início por volta das 9h desta terça-feira (19), no fórum da comarca de Ruy Barbosa, localizada a cerca de 320 quilômetros de Salvador. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, o primeiro depoimento do dia começou com a Conselheira Tutelar do caso, sétima testemunhas de acusação.

Ainda nesta terça-feira (19) será ouvida uma das adolescentes supostamente abusada pela banda, além das demais testemunhas de acusação e defesa. Seis testemunhas foram ouvidas no primeiro dia de audiência: dois policiais militares, uma das vítimas, a ginecologista de uma das adolescentes e um músico da banda. Os advogados dos réus chegaram a pedir a impugnação do depoimento da ginecologista, pedido que foi negado pela Juíza Márcia Simões.

O maior depoimento do dia foi de uma das vítimas do caso. A jovem falou por cerca de 3 horas e estava acompanhada da mãe, de agentes do Programa de Proteção (PPCAM) e de uma advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca).

Os réus compareceram à sessão no primeiro dia e foram recebidos sob protestos na chegada do tribunal em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina. Representantes de movimentos feministas, como da Marcha Mundial de Mulheres, chegaram a furar o bloqueio da polícia na frente do fórum.

Protestos

E as manifestações contra os músicos continuam próximas ao fórum. Integrantes da Marcha Mundial de Mulheres protestam com faixas e cartazes pedindo a condenação dos músicos. Nesta terça, na chegada dos pagodeiros ao local, um grupo de mulheres conseguiram furar o bloqueio policial e foram de encontro ao carro onde estavam os acusados.

O primeiro dia de julgamento, nesta segunda (19), foi marcado por muitos protestos de movimentos feministas próximo ao Fórum Edgar Mendes Quintela. Além das duas adolescentes, 11 testemunhas de acusação e 48 testemunhas de defesa prestarão depoimento até esta quarta-feira (20). Também serão interrogados os dez denunciados no caso.

Desde a noite deste domingo (17), foi realizado o bloqueio da rua que cerca o fórum. O reforço policial conta com o apoio da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) e da Companhia de Emprego Tático Operacional, de Itaberaba.

Além dos músicos, Alan Aragão Trigueiros, Edson Bonfim Berhends Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Guilherme Augusto Campos Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias, acusados de prática de estupro qualificado com características de crime hediondo, o policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão, é acusado de acobertar o crime.

Os advogados de defesa dos músicos trabalham na hipótese de consentimento sexual e não de estupro. Dois integrantes da banda confessaram ter feito sexo com as adolescentes, mas com consentimento das vítimas. Já um laudo fornecido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana foi possível evidenciar a existência de provas materiais para o crime, como a quantidade de sêmen encontrada nas roupas das meninas e dos músicos.

Entenda o caso

Os nove integrantes da banda New Hit foram acusados de estupro após um show no dia 26 de agosto de 2012, em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina. Conforme consta no inquérito policial, no início da madrugada, as duas adolescentes teriam sido abusadas sexualmente dentro do ônibus da New Hit, que estava estacionado na Praça Santa Tereza, no centro de Ruy Barbosa.

As adolescente contaram, em depoimento à polícia, que entraram no ônibus para fazer fotos com os rapazes. Lá foram atraídas para o fundo do veículo, onde teriam sido violentadas sexualmente.

O vocalista da New Hit, Eduardo Daltro, o Dudu, confirma que os integrantes mantiveram relações sexuais com as adolescentes, mas alega que foi consensual. Além dos pagodeiros o soldado da PM, acusado de acobertar o crime, também será julgado entre os dias 18, 19 e 20 de fevereiro. As informações são do Correio.