Nos últimos 50 anos, o número de pessoas com idade acima de 65 anos, especialmente nos países desenvolvidos, tem aumentado consideravelmente. O Brasil, assim como nos demais países latino-americanos, também está passando por um processo de envelhecimento populacional rápido e intenso.

Em 1980, o país ocupava o 10° lugar, com base em sua população acima de 60 anos, – e em 2025 essas pessoas passarão a representar 14% da população brasileira, devendo o Brasil ocupar o 6° lugar na esfera mundial, com cerca de 31 milhões de idosos. Assim, o país terá uma das maiores populações de idosos do mundo.

Longe de ser um problema, principalmente para quem faz parte dessa faixa etária – já que a estimativa de vida está cada vez maior, – e para quem sabe se aproveitar positivamente desse fato, a população acima dos 60 anos está cada vez mais se preocupando com a saúde e a beleza, procurando manter-se ativa, praticando esportes e, porque não, a procura de métodos para manter-se bonita e com a aparência mais jovial, recorrendo a cirurgias plásticas e demais opções disponíveis no mercado da estética, cada vez mais preparado para atender a esse público.

Prova disso é o fato de que, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, das 629 mil cirurgias realizadas em 2008, 71 mil foram em pessoas entre 51 e 64 anos. E entre pessoas com mais de 65 anos, foram 24 mil cirurgias.

“As razões para quem já está na terceira idade optar pelo procedimento variam desde necessidade a, claro, vaidade”, comenta o Alderson Luiz Pacheco, graduado em medicina pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduado em Cirurgia Geral pelo Hospital de Clínicas da UFPR.

De acordo com Pacheco, que atualmente tem uma clínica especializada em cirurgia plástica, as pessoas idosas buscam cada vez mais tratamentos que proporcionem um rejuvenescimento seguro, com resultados naturais e o menor risco possível.

”Essas pessoas já criaram seus filhos, possuem uma situação econômica estável e têm como objetivo uma melhora em sua auto-estima e qualidade de vida”, observa.

Alderson Pacheco comenta que os processos que envolvem as pálpebras, cirurgia da face, rejuvenescimento das mãos, correção das rugas, sulcos, machas e tratamentos a laser normalmente são os mais procurados por essa faixa etária, que pode aproveitar da evolução das cirurgias e dos recursos anestésicos para uma recuperação cada vez mais rápida e menos dolorida.

Vale lembrar também que muitas vezes o procedimento estético pode vir aliado a alguma patologia, como em casos de nódulos que precisam ser retirados e a paciente, com a devida orientação médica, “aproveita” a internação para, por exemplo, realizar uma plástica de mama.

“Assim como em todas as faixas etárias, há quem prefira envelhecer sem a intervenção do bisturi, mas o crescimento da procura de cirurgias plásticas entre pessoas mais velhas mostra que quem está na terceira idade cada vez mais procura esses recursos”, ressalta Alderson Pacheco, que ainda comenta que, na sua percepção, os idosos estão cada vez mais a procura de se manterem ativos, possuindo uma vida social agitada, praticando esportes e cuidando da parte estética. Fonte: Tribuna