Além de se destacar com o rendimento da equipe dentro dos gramados, o técnico do Bahia, Roger Machado, brilhou também fora das quatro linhas. Com forte posicionamento na luta contra o racismo, o treinador vai ser homenageado com o título de cidadão soteropolitano e a Medalha Zumbi dos Palmares.

Por conta de declarações que provaram engajamento do treinador com pautas urgentes na sociedade. posicionamento de Roger Machado em defesa de minorias teve grande repercussão no dia 12 de outubro, quando Bahia e Fluminense se enfrentaram no Rio de Janeiro, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, Roger e Marcão, treinador do Flu, únicos técnicos negros na Série A do Campeonato Brasileiro, encamparam uma campanha contra o racismo. Eles usaram uma camisa estampada com a frase “chega de preconceito”. Na coletiva após a partida, o treinador da equipe baiana falou sobre o racismo estrutural.

“A gente precisa falar sobre isso. Precisamos sair da fase da negação. Nós negamos. “Ah, não fala sobre isso”. Porque não existe racismo no Brasil em cima do mito da democracia racial. Negar e silenciar é confirmar o racismo. Minha posição como negro na elite do futebol, é para confirmar isso. O maior preconceito que eu senti não foi de injúria. Eu sinto que há racismo quando eu vou no restaurante e só tem eu de negro. Na faculdade que eu fiz, só tinha eu de negro. Isso é a prova para mim. Mas, mesmo assim, rapidamente, quando a gente fala isso, ainda tentam dizer: “Não há racismo, está vendo? Vocês está aqui”. Não, eu sou a prova de que há racismo porque eu estou aqui”, disse o técnico na oportunidade.

Ainda sem uma data definida, as duas premiações serão entregues em sessões solenes na Câmara Municipal de Salvador.

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