A Polícia Federal investiga o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Raimundo Carreiro e Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte, Aroldo Cedraz, em um dos inquéritos ocultos abertos desde a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa. A informação é do colunista Lauro Jardim, ds Revista Veja.
O empreiteiro baiano disse em delação, já homologada pelo STF na Operação Lava Jato, que pagou R$ 1 milhão para o TCU liberar a licitação da usina nuclear Angra 3. O relator do caso foi o ministro Raimundo Carreiro, que é maranhense. Segundo Pessoa, era Tiago Cedraz, que é advogado, quem repassava as informações, em troca de pagamento de R$ 50 mil por mês.
No depoimento, Pessoa disse que no final de 2013 conversou com Tiago Cedraz e explicou a ele sobre dificuldades para liberar a licitação. O Tribunal apontava problemas, como sobrepreço de R$ 314 milhões em relação ao orçamento, equivalente a 10% do valor da obra, e de “limitada competitividade” em razão das exigências da Eletronuclear. Técnicos chegaram a propor a suspensão da licitação, o maior pesadelo das empresas em virtude dos gastos que tiveram para apresentar propostas. Na decisão final do TCU, de setembro de 2014, Raimundo Carreiro, o relator do caso, mudou seu entendimento sobre a falta de competitividade, e liberou a licitação. Tiago Cedraz atuou ou atua em 130 casos no TCU.