Um recente estudo sugere que a ingestão de gorduras trans (GT) pode associar-se ao desenvolvimento de depressão.

O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre a ingestão de gorduras (ácidos graxos) e o uso de gorduras culinárias com a incidência de depressão em uma população espanhola do Mediterrâneo. A pesquisa foi realizada entre 1999 e 2010, e incluiu 12.059 espanhóis com idade média de 37,5 anos.Todos estavam livres de sintomas depressivos no início do estudo.

A pesquisa incluiu um questionário de frequência alimentar validado, o qual foi utilizado para estimar a ingestão de gorduras saturadas (GS), gorduras poliinsaturadas (GP), gorduras trans (GT) e gorduras culinárias como o azeite de oliva, óleos de sementes, manteiga, entre outras. Durante o seguimento, os participantes foram avaliados quanto ao desenvolvimento de depressão, bem como a necessidade da utilização de antidepressivos.

Durante um seguimento médio de 6 anos, 657 novos casos de depressão foram identificados. Após as devidas análises estatísticas os indivíduos que ingeriram maiores quantidade de GT apresentaram um risco relativo 42% maior de desenvolvimento de sintomas depressivos.

As GT são sintetizadas durante o processo de hidrogenação dos óleos vegetais na produção de margarinas duras, bolos, biscoitos e sorvetes. Este tipo de gordura eleva o LDL-C ("colesterol ruim") e reduz o HDL-C ("colesterol bom"), por isso, favorece o processo de aterosclerose (formação de placas de gorduras nas artérias).

Estes achados sugerem que as doenças cardiovasculares e depressão podem compartilhar algumas determinantes comuns nutricionais relacionados aos tipos de ingestão de gordura.