A população de 415 dos 417 municípios baianos passará a pagar mais caro pelo consumo de energia elétrica a partir de maio.
O anúncio foi feito nesta terça-feira, 19, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estabeleceu reajustes de 9,79% para os usuários de baixa tensão, que representam 99% dos clientes da Coelba e incluem as unidades residenciais, e 10,16% para os usuários de alta tensão, que englobam o setor industrial e o comércio de grande porte.
As novas tarifas entrarão em vigor em 22 de abril e já terão impacto nas faturas de maio.
Os únicos baianos que ainda não serão atingidos pelo aumento são os moradores de Jandaíra e Rio Real, no Nordeste do Estado, que são atendidos pela Sulgipe, concessionária que opera em Sergipe, e ainda não teve o reajuste estabelecido pela Aneel.
Apesar de inferior ao índice de 11,96% pleiteado pela Coelba junto à Aneel, o aumento estabelecido continua muito acima da inflação do último ano, que pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,91%.
Em nota, a Coelba alegou que o aumento da tarifa não corresponde apenas à correção monetária, mas a um “ajuste dos custos que não estão sob o controle das concessionárias”.
A empresa afirmou ainda que, dos recursos recebidos, somente 30% são para “operar e expandir o sistema elétrico”.
O restante é utilizado para a compra de energia e o pagamento de tributos e encargos.
Abuso – O superintendente de Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), João Marcelo Alves, encara o reajuste como abusivo, frente à qualidade dos serviços fornecidos pela Coelba.
”As oscilações de energia levam à queima de equipamentos e interrupção da produção de diversas indústrias.
Além disso, em muitos lugares a tensão contratada não corresponde à que é entregue pela empresa”, disse, salientando que “sendo uma concessionária, “a Coelba tem que primeiro prestar um bom serviço para depois cobrar”.
Fonte: A tarde