As juras de amor estão de volta. “Ninguém volta a um lugar que não goste. O Bahia precisa de mim”, declarou, ontem, Joel Santana, poucas horas após ser anunciado como novo comandante da equipe. Ele treinará o Bahia pela 4ª vez na carreira.
O carioca de 64 anos substitui Jorginho, que deixou o clube após a goleada vexatória por 5×1 no Ba-Vi de domingo, na Fonte Nova, e acompanhará a partida de quinta, contra o Maranhão, em São Luís, às 21h50, pela Copa do Brasil.
Mas ‘Papai’ Joel não estará à beira do campo. “Tem o Eduardo (Barroca, auxiliar), o Dudu (Fontes, preparador físico) que conhecem o time”, acredita, garantindo que o grupo não precisa muito de palavras neste momento. “A nossa presença já vai dar um incentivo. Nosso projeto é de resgatar o time, sem muita conversa e com muito trabalho”, afirma o novo treinador. O primeiro jogo de Joel mesmo será domingo, contra o Vitória da Conquista, na Fonte Nova.
Joel irá assumir o Bahia pela quarta vez
Puxão de orelha
De acordo com o técnico, ele recebeu o convite do presidente Marcelo Guimarães Filho no começo da manhã de ontem e logo aceitou. No entanto, o CORREIO apurou que ele já tinha acordo com o clube há cerca de 15 dias e só estava aguardando o momento apropriado da saída de Jorginho.
O antigo treinador acabou sendo preterido pela diretoria pela sinceridade nas declarações e desentendimentos com alguns jogadores do elenco, notadamente com Souza – com quem discutiu e não aceitava o fato do centroavante não participar dos treinos regenerativos – e Titi, de quem tirou a faixa de capitão.
“Vou dar um puxão de orelha nele (Souza). É meu garoto, quero saber o que está acontecendo”, garante Joel. Do elenco que ele vai encontrar no Fazendão, dez jogadores estavam no grupo principal no início do ano passado e outros quatro já trabalharam com o técnico em outros clubes. “Eu conheço o time todo, sei o que a equipe precisa”, assegura.
Se em 1994, na sua primeira passagem no Bahia, Joel saiu com status de ídolo, a relação com a torcida não foi a mesma em 99, quando não conseguiu subir o time para a Série A, nem na última passagem, entre setembro de 2011 até fevereiro de 2012, quando irritou o torcedor pela postura conservadora na Série A e por deixar o clube no início da temporada para treinar o Flamengo.
Assim, o nome do treinador foi bastante criticado pela torcida nas redes sociais ontem. “A vida dá voltas. A gente precisa recuperar a credibilidade do torcedor com honestidade, fé e tranquilidade. Vamos provar isso com trabalho”. Fonte: Correio