De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro não fez imposições para que a pasta aprove a utilização do medicamento cloroquina em pacientes infectados pelo novo coronavírus (Covid-19). Segundo o ministro, ambas as partes estão alinhadas quanto a cautela para o uso da substância, tendo em vista que várias situações podem colocar os pacientes em risco.
A grande preocupação de Mandetta é com os efeitos colaterais que a cloroquina pode trazer aos pacientes, a exemplo de fortes dores de cabeça e até mesmo cegueira.
Em seu pronunciamento, o ministro fez a seguinte análise: “Lembram do primeiro paciente [infectado pelo novo coronavírus]? Recebeu alta e está andando. O senador Davi Alcolumbre confirmou, ficou na casa dele uma semana, teve febre, dor de cabeça, ficou abatido. Precisou ir para o hospital? Não. Tomou Tylenol, Novalgina. Sarou? Sarou. Está bem, presidindo o Senado. A grande maioria, 85%, vai ficar muito bem, obrigado”, começou.
Em seguida, ele questionou: “Então será que seria inteligente dar um remédio a 85% das pessoas que não precisam desse remédio que tem efeitos colaterais? Será que vale a pena sem saber se é coronavírus, e ainda sim, colocando esse medicamento?”, acrescentou.
Ademais, Mandetta destacou outras situações, a exemplo do caso de pessoas do grupo de risco para a Covid-19, acima dos 60 anos de idade. Ele fez a suposição de que a cloroquina poderia causar arritmia cardíaca e um consequente infarto. O ministro pontuou ainda que o Conselho Federal de Medicina está realizando algumas pesquisas sobre o medicamento, e revelou que ficou estabelecido que os resultados sejam entregues ao Ministério da Saúde até o dia 20 de abril.