Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, apontou que alguns medicamentos utilizados para o tratamento da hipertensão (pressão alta) podem ter um efeito benéfico em pacientes que já usam essaes remédios e são infectados pelo novo coronavírus (Covid-19).

Pessoas com histórico de pressão alta estão entre os grupos que correm mais risco de evoluir para o óbito, caso sejam contaminados pela Covid-19.

Segundo o estudo britânico, publicadado no “Current Atherosclerosis Reports”, pacientes hipertensos que já usavam remédios do tipo inibidor do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS), tiveram menos chances de ser internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), precisar de suporte de oxigênio (com ou sem ventilação mecânica) e também de morrer.

O líder do estudo, Vassilios Vassiliou, da Faculdade de Medicina da Universidade de East Anglia, destacou: “Nossa pesquisa fornece evidências substanciais para recomendar o uso contínuo desses medicamentos se os pacientes já os estiverem tomando”.

“Os pacientes com Covid-19 com pressão alta que estavam tomando medicamentos inibidores do RAAS tinham 0,67 vezes menos probabilidade de ter um resultado crítico ou fatal do que aqueles que não tomavam esses medicamentos”, completou Vassilliou.

Entre os medicamentos classificados como inibidores do RAAS estão a losartana e o captopril.

Ainda conforme explicou o líder do estudo, para chegar à conclusão sobre o benefício desses medicamentos, os cientistas envolvidos na pesquisa realizaram uma série de revisões sistemáticas, além de uma análise de outros 19 estudos já existentes sobre a relação entre o uso desses remédios e a infecção pelo novo coronavírus, baseados em informações de mais de 28 mil pessoas.

Nesse tipo de estudo, Vassilliou ressaltou que existe a revisão, qualificação e a análise de outras pesquisas, feitas anteriormente, sobre o assunto em pauta.

Os resultados de uma meta-análise podem incluir uma estimativa mais precisa do efeito de um tratamento ou do fator de risco para uma doença específica.

Durante o estudo, os cientistas ainda sugerem que os remédios inibidores do RAAS, embora usados principalmente para hipertensão, são indicados também para outros pacientes cardiovasculares, incluindo aqueles com infarto do miocárdio anterior, insuficiência cardíaca, doença cerebrovascular ou doença renal crônica.

“Descobrimos que um a cada três dos pacientes com Covid-19 e com pressão alta e um a cada quatro dos pacientes em geral estavam tomando um medicamentos inibidores do RAAS”, assegurou Vassiliou.

“No entanto, não conseguimos determinar se começar o uso desses comprimidos de forma aguda em pacientes com Covid-19 pode melhorar o prognóstico, já que o mecanismo de ação pode ser diferente”, acrescentou.

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