Neste domingo (1º), a farmacêutica AstraZeneca Plc informou que a Agência Regulatória de Produtos de Saúde e Remédios do Reino Unido iniciou uma revisão acelerada da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.
“Confirmamos a revisão em andamento pelo MHRA [sigla original da agência] de nossa potencial vacina contra a Covid-19”, afirmou um porta-voz da AstraZeneca.
Ainda segundo o comunicado, nessa revisão, reguladores são capazes de ver dados clínicos em tempo real e dialogar com farmacêuticas sobre processos de produção e testes para acelerar o processo de aprovação. O intuito é agilizar as avaliações de remédios ou imunizações promissores durante uma possível emergência de saúde pública.
Nos testes de uma vacina, que geralmente são divididos em fase 1, 2, e 3, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a substância foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.
No entanto, antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais, normalmente em camundongos e, na sequência, em macacos.
Segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente, existem dez vacinas na terceira e última etapa de testes em humanos.
No início de setembro, mais especificamente no dia 8, os testes da fase 3 da vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford precisaram ser interrompidos temporariamente. À época, uma voluntária apresentou reações adversas, porém, os estudos foram retomados quatro dias depois.
A continuidade das pesquisas foi liberada após confirmação da Autoridade Reguladora da Saúde de Medicamentos (MHRA) de que era seguro continuar com as pesquisas.
Brasil
No território brasileiro, a vacina britânica é tida como uma das principais apostas para a imunização contra o novo coronavírus.
No país, ela será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e é uma das quatro vacinas que estão na fase 3 dos testes (essa é a última etapa antes que possa ser liberada para uso geral).
No dia 21 de outubro, a morte por Covid-19 de um voluntário brasileiro de 28 anos, que participou dos testes da vacina, foi revelada. Entretanto, foi ressaltado que o jovem, que era médico, não recebeu a vacina que está sendo testada, mas, sim, um placebo (substância inativa).
O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde e da Fiocruz, assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de doses, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem. Há, ainda, a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.
Ademais, o acordo inicial estima a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca para produção local na Fiocruz, com previsão de início, de acordo com o ministério, ainda no primeiro semestre de 2021.