A relação conflitante entre usuários da Viação Sol de Abrantes (VSA) e os coletivos da empresa, já é pauta íntima pra muita gente. Mais uma vez, passes e pagantes denunciam o descaso da superlotação, hoje, ainda mais grave por serem tempos de pandemia.

O Programa Bahia no Ar recebe com frequência reclamações de passageiros, relatando os absurdos que ocorrem no sistema de transporte público. A linha principal é Camaçari X Salvador (Estação Mussurunga).

O fisioterapeuta, Paulo Sérgio Santos, usa o transporte rotineiramente e diz não entender a falta de medidas a serem dotadas pela empresa, como por exemplo, uma proteção cabível e eficaz para os motoristas, que atualmente são protegidos por uma cortina de plástico, que o divide com os populares e o aumento da frota.

“Parece que todo mundo entra lá pra morrer. Em tempos normais já acontecia isso e não devia, mas agora, em tempos de tantos vírus se desenvolvendo isso ainda é tradição. O ônibus sai daqui lotado. Tem gente que tosse, espirra, abaixa a máscara. Só falta ir gente no teto. É literalmente arriscar a vida e a saúde. Aquela cortina de plástico suja protege em quê o motorista? Estamos todos ao léu”, desabafa Paulo.

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) diz, que atualmente sete veículos fazem a linha Camaçari X Mussurunga, com saída a cada 20 minutos para tentar suprir a demanda.

Por outro lado, os usuários se queixam que muitas vezes os horários não são cumpridos e nos momentos que mais precisam. De acordo com os entrevistados, às 5h40, 6h40, 7h40, 12h e depois das 18h o fluxo de pessoas é intenso, e a noite a frota começa a relentar. Mikaella Santana é estudante e diz que vai parar que usar o transporte, por medo da contaminação do coronavírus.

“Eu, felizmente, ainda posso optar por utilizar outros meios, como uber e ligeirinho, mas não é a realidade de todos. Infelizmente essa situação é um risco à vida. Eu não sei se quem está ao meu lado é um infectado. As autoridades precisam urgente de sensibilidade.”

Quem também está cheio de queixas e saturado do sistema de transporte público intermunicipal, é o jovem aprendiz Felipe Almeida. O camaçariense detalha sua rotina com exaustão. Ele pega o ônibus no horário de 12h, todos os dias, também com alto pico de passageiros, e descreve a falta de empatia e ordem dentro dos coletivos.

A Agerba diz ainda que as limpezas nos ônibus são cumpridas diariamente e que há fiscalização para garantir que as medidas estejam sendo tomadas. Quanto ao número de passageiros, a frota deve suprir.

Veja a nota da Agerba na íntegra:

“A linha em questão possui sete ônibus em circulação, com frequência de 20 minutos nos horários de pico. A disponibilidade de veículos é baseada em planejamento que leva em consideração a extensão da linha e o tempo de viagem. O não cumprimento do quadro de horários por parte da empresa ou mudança sem aviso prévio a esta agência, pode acarretar multas ou penalidades previstas na legislação.  Para aumentar a segurança sanitária nas operações de transportes, as empresas ampliaram as ações de higienização dos veículos, que estão sendo desinfetados diariamente, após o cumprimento de cada viagem. A limpeza acontece de forma mais intensa à noite, com os ônibus nas garagens. As frotas são higienizadas e pulverizadas com desinfetantes de alto nível. As equipes de limpeza realizam a higienização completa da parte interna dos veículos, principalmente em superfícies tocáveis, como maçanetas, poltronas, janelas e sanitários. A limpeza nas saídas de ar condicionado, bagageiros, assepsia e lavagem da parte externa dos ônibus também são realizadas.  Fiscais da Agerba atuam diuturnamente no sistema rodoviário, regulando e fiscalizando a regularidade e continuidade dos serviços prestados pelas empresas concessionárias, para que estas ofereçam conforto e segurança aos usuários”.  

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