Nesses dias de pandemia, muitas pessoas estão se arvorando a fazer previsões de como será o mundo, os negócios, o convívio, as viagens, os eventos, festas e outras atividades humanas após esse período. Na tentativa de decantar a imensidão de opiniões, previsões e informações a que estou exposto e dar valor a elas, procuro identificar e classificar as fontes. De fontes boas geralmente só vêm informações boas. Pois bem, uma das empresas mais inovadoras e que mais mudou o mundo nos últimos tempos, sobretudo em um setor que eu pessoalmente tenho grande afeto, o turismo, é a Airbnb. Empresa que mudou a forma de entender o negócio turismo no mundo todo, facilitou as viagens e impôs sérias mudanças na hotelaria como um todo. Com a sacada típica dos gênios, a simplicidade do serviço do Airbnb arrasou quarteirão no mercado turístico e provavelmente continuará a arrasar. O seu fundador, Brian Chesky, também fez suas previsões e afirmou que as próximas viagens serão impactadas por quatro aspectos: elas serão curtas, baratas, flexíveis e higiênicas, conforme matéria do site de negócios NeoFeed. Ele foi bem simplista, como também é simples reservar um apartamento no Airbnb.

Vamos analisar cada aspecto e associar aos destinos turísticos? Para mim, ele está dizendo que os destinos mais próximos de centros emissores terão uma vantagem por viabilizar as viagens curtas. Esse ‘próximo’ pode ser via terrestre ou aérea, mas sem sombra de dúvidas, a questão higiênica vai pesar favoravelmente às escolhas terrestres, sem aeroportos, rodoviárias, aviões ou ônibus no roteiro. Obviamente estamos tratando de viagens de lazer. Sendo de negócios, elas serão substituídas por aplicativos de reuniões, sempre que possível. Então destinos como a Praia do Forte e Imbassaí poderão se beneficiar dessa tendência? Acredito que sim. Destinos próximo a Salvador e Aracaju, e ainda nas imediações do aeroporto internacional de Salvador, Praia do Forte e Imbassaí serão os destinos perfeito para fins de semana ou feriados prolongados, se sobrar algum, para quem mora nas capitais da Bahia e de Sergipe. O mesmo fato se dará em outros destinos de lazer próximos a importantes polos emissores de turistas, como Porto de Galinhas, por exemplo.

Outra questão levantada pelo Chesky é quanto ao custo. As economias domésticas estarão combalidas no final da pandemia e as viagens, quanto forem feitas, tenderão a ser mais baratas do que antes da Covid-19. Isso direciona clientes para as unidades ofertadas no Airbnb, mas também para alternativas mais em conta, dentro dos destinos próximos aos grandes centros emissores, como albergues e pousadas de preço acessível. É uma aposta a se fazer. Acredito que hotéis mais caros e resorts terão desvantagens no aspecto baixo custo.

E o que são viagens flexíveis? São viagens decididas em cima da hora ou desistidas em cima da hora também. Alternativas muito rígidas serão motivo para a repulsa do turista. Sempre ficará a pergunta: e se eu não puder ir? E se os índices de contaminação voltarem a subir? Isso provavelmente empurrará o cliente para alternativas menos rígidas, onde ele sofra menos prejuízos com as remarcações, por exemplo.

Por fim, o visionário em questão, Brian Chesky, falou que as viagens deverão ser mais higiênicas, com afastamento social e aspectos sanitários bem definidos. Nesse item, hotéis bem estruturados obtêm vantagens no imaginário do cliente e as bodeguinhas quase informais ficarão prejudicadas. Por sua vez, os destinos devem trabalhar com antecedência para demarcar na mente do consumidor uma imagem higiênica para esse momento e para o pós-pandemia.

Isso tudo implica em rever os planos de marketing das empresas e dos destinos, ou investir nisso para quem nunca havia se preocupado com um marketing estratégico bem pensado. Bom momento para pensar estrategicamente os negócios e se direcionar para o sucesso possível pós pandemia.

E você, o que está fazendo nesse sentido?

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