Muitas pessoas em busca de estabilidade financeira e inserção no mercado de trabalho trocam o seu lar para tentar a vida em outras cidades. Camaçari é uma das cidades que mais recebe pessoas de fora que vêm com a esperança de sucesso na vida profissional.
A fama do município de ser a cidade do progresso por ter um invejável potencial industrial e por abrigar grandes empresas do setor, instaladas no Pólo Petroquímico, faz muita gente sonhar alto. Contudo, as dificuldades de se instalar na cidade vêm logo em seguida: aluguel, mercado, transporte, lazer e outras necessidades. Tudo isso, no final das contas, pesa no bolso do trabalhador.
Desde que deixou a cidade de alagoinhas para trabalhar com o tio em uma loja especializada em manutenção de computadores, Alan dos Santos tem sentido na pele as consequências de viver e se sustentar sozinho em Camaçari. “Quando eu resolvi vir pra cá não coloquei na balança essa diferença de custo de vida na cidade, é realmente pesado”, diz.
Para ele fica mais difícil ainda se organizar financeiramente, já que a maior diferença em seu salário está aliada ao resultado da produção. A cada serviço que ele faz, uma parte do valor cobrado é destinada à comissão somada ao salário no fim do mês. “Se eu não conseguir fechar muitos serviços o dinheiro vem seco e já fica mais difícil bancar tudo, aluguel, compras do mês, é complicado”, explica.
Alan tem pouco tempo em Camaçari, oito meses, mas já está pensando em retornar para sua cidade. Segundo ele, não vale a pena ficar na cidade ganhando um salário, apesar da comissão. “Só de aluguel eu pago trezentos e cinquenta reais, mais energia, água, comida e lazer, é muito pouco”, conta.
Quando foi às compras pela primeira vez, Alan confessa que ficou perplexo com a diferença nos preços dos alimentos. “Nossa! Aqui é tudo muito caro. Tem coisas que eu compro aqui em Camaçari e quando chego em Alagoinhas encontro bem mais barato. Até em Salvador é mais barato de se viver do que aqui”, ressalta.
Alan sentiu na pele como é duro iniciar uma nova vida em uma cidade onde o custo de vida não é nada atrativo e já está pensando em voltar para sua cidade natal. “Se continuar desse jeito eu não vou suportar e terei que voltar para a minha cidade”, diz.
Por Henrique da Mata