O gol foi da seleção brasileira. A vitória, não. Em seu primeiro desafio depois da incontestável conquista da Copa das Confederações, o time de Luiz Felipe Scolari perdeu para a Suíça por 1 a 0, na Basileia, nesta quarta-feira. Graças a um gol contra de Daniel Alves, no início do segundo tempo, e à falta de poder de reação contra a bem armada defesa suíça (confira o lance no vídeo ao lado).
Líder do seu grupo nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, a Suíça tem apenas um gol sofrido na competição. A tarefa era realmente difícil para a Seleção, e a falta de pontaria, em especial de Hulk e Neymar no primeiro tempo, prejudicou os planos da equipe de Felipão. Aos 39 do primeiro tempo, o novo craque do Barcelona foi puxado na área por Klose, mas o árbitro errou e não marcou pênalti que poderia ter dado resultado diferente ao primeiro tempo.
Esse tropeço é apenas o segundo do Brasil na nova era Felipão. Sob seu comando, tinha perdido só na estreia, por 2 a 1 para a Inglaterra. É o fim, então, de uma invencibilidade de 11 partidas, contando as seis vitórias consecutivas nas Confederações. É a primeira vez também que não faz gol.
No próximo mês de setembro, a seleção brasileira tem mais dois amistosos de preparação para a Copa do Mundo. No dia 7 de setembro, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, o Brasil recebe a Austrália. Depois, no dia 10, em Boston, nos Estados Unidos, encara Portugal.
Felipão prometeu e apareceu com novidades na escalação para o duelo contra os suíços. Além da já prevista entrada de Dante no lugar de David Luiz, poupado do único treinamento na Basileia por conta de um problema no joelho, o técnico da Seleção colocou Jefferson no lugar de Julio César no gol.
O goleiro do Botafogo, aliás, fez defesas importantes no primeiro tempo. Todas em chutes de longa distância do adversário. Shaqiri, por exemplo, exigiu duas vezes de Jefferson. Mas na batida de Xhaka, aos 26 minutos, ele defendeu em dois tempos e deu um susto na torcida brasileira.
No ataque, o entrosamento conquistado na Copa das Confederações mostrou que ainda está presente nos jogadores. Mas faltou pontaria. Hulk teve três ótimas oportunidades, mas concluiu mal. Fred atuou bem no pivô e abriu o jogo. Neymar, por sua vez, mostrou talento, mas pecou também nas finalizações.
O craque do Barcelona, aliás, se envolveu em pequena confusão aos 22 minutos. Ele chegou forte em Lichtsteiner. Marcelo tomou as dores do atacante, e outros suíços apareceram para criar o tumulto. Advertido com o cartão amarelo, Neymar começou a tentar revidar na bola, com jogadas de efeito. Não deu certo.
A melhor jogada do craque foi um cruzamento para Paulinho, aos 38. O volante desviou de cabeça e acertou o travessão. Depois, o atacante do Barça entrou bem na área, driblou um zagueiro e parou na jogada, reclamando de puxão. Pênalti não dado e vaias da torcida dos donos da casa.
Se no primeiro tempo Jefferson conseguiu defender os chutes de Shaqiri e Xhaka, aos dois minutos da etapa final ele não teve como evitar que uma cabeçada de Daniel Alves entrasse no gol. É isso mesmo: após cruzamento de Seferovic, o lateral-direito mandou contra o próprio gol na tentativa de afastar: belo gol contra para a Suíça.
Rapidamente, Daniel Alves pediu desculpas. Mas o lance desestabilizou a Seleção e deu mais moral aos suíços, que já estavam bem na partida. Em outro momento de desatenção da defesa, Jefferson se atrapalhou com bola recuada e teve de dividir com o atacante para evitar o segundo gol dos donos da casa.
Logo aos 11 minutos, então, Felipão mudou triplamente na seleção brasileira. Tirou Fred, Marcelo e Luiz Gustavo para as entradas de Jô, Maxwell e Fernando. Pouco depois, mais uma alteração: Hernanes no lugar de Oscar. E outra: Lucas na vaga de Hulk, que segundos antes de sair teve grande chance e mandou por cima.
Apesar das novas peças, a postura continuou igual. Muitos erros de passe e dificuldade enorme de furar o bloqueio suíço. Na tentativa, então, de dar mais força e gás novo à lateral direita, o técnico da Seleção sacou Daniel Alves e escalou Jean. Foi a última alteração de Scolari, que previu utilizar todas nos amistoso.
Eufórica com a vitória da Suíça, os torcedores europeus faziam festa na arquibancada. Gritavam até olé e aplaudiam cada roubada de bola dos anfitriões. E o Brasil não acordava. Felipão, à beira do campo, pedia mais ação a Lucas. Os suíços, no entanto, conseguiram se segurar e vencer os campeões da Copa das Confederações. *G1