Após a publicação das reportagens do site The Intercept Brasil na noite deste domingo, 09, com base em conversas que indicam a interferência do ministro Sérgio Moro no andamento das ações da Operação Lava Jato para interferir nos rumos políticos do país, o líder da Bancada Comunista na Câmara e coordenador da Bancada Federal da Bahia, deputado Daniel Almeida, Moro, cobrou o afastamento de Moro do cargo, para que as investigações possam ser feitas.

Para o deputado, o conteúdo das conversas abalou a credibilidade da Operação Lava Jato. “A divulgação de conversas revela um dos principais e maiores escândalos da República. É evidente a combinação de procedimento na Lava Jato para produzir resultados políticos. Não é possível que um juiz conduza o processo de investigação e combine com os investigadores com o objetivo de atingir pessoas, de interferir no processo político brasileiro. Fica claro o conluio, a combinação que se produziu na Operação Lava Jato para produzir resultados políticos. Isso precisa passar por profundas investigações. Moro não pode continuar onde está, terá de ser afastado”, afirmou Daniel Almeida.

As reportagens do Intercept mostraram que Moro sugeriu a Dallagnol, por exemplo, que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal.

De acordo com o artigo 254 do Código de Processo Penal, o juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser acusado por qualquer das partes se, por exemplo, tiver aconselhado qualquer das partes. Diante do caso, líderes da Oposição anteciparam a chegada em Brasília para discutir ações que serão tomadas esta semana.

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