Ao tomar posse nesta quarta (9), como diretor do recém-criado Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no Rio de Janeiro, o delegado Antônio Ricardo disse que Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios da Capital, será mantido no comando das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes.
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março do ano passado, ao sair de um evento político no centro do Rio. O delegado Antônio Ricardo disse que a investigação avançou muito e que tem riqueza de evidências dos suspeitos de envolvimento no crime.
“O delegado Giniton ficará exclusivo nesse caso. Nós vamos colocar mais delegados e mais agentes na Delegacia de Homicídios. A equipe que está à frente da investigação já me apresentou o trabalho [que vem sendo feito ao longo desses meses].”
Avanços
Na avaliação do delegado Antônio Ricardo, o trabalho está bem avançado. “Eu não posso prever prazos de conclusão, mas eu posso afirmar que a investigação avançou muito. Temos suspeitos e uma série de dados ainda em análise, e não queremos concluir essa investigação com a menor margem de dúvida para a defesa. Queremos concluir a investigação o quanto antes, mas com a maior riqueza de provas possível”, afirmou.
O diretor do DHPP evitou associar a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes à motivação política.
“Eu vou manter neste momento o sigilo, até porque há uma ordem judicial nesse sentido. Eu reafirmo que a investigação está bem avançada. Nós temos suspeitos da prática desse crime. Nós temos uma riqueza de evidências, mas nós não queremos que essas evidências depois sejam questionadas em juízo. Ao ponto que essas pessoas que efetivamente cometeram esse crime sejam condenadas na Justiça”, afirmou o delegado.
Antônio Ricardo informou que vai reforçar o Núcleo de Crimes Contra |Policiais com mais delegados e agentes. Segundo ele, os líderes do tráfico de drogas que, eventualmente, tiverem seus integrantes envolvidos nos casos de homicídio contra policiais também responderão por esses crimes, com pena de que prevê reclusão de 20 a 30 anos.
“Matou policial, nós vamos buscar o mínimo de elementos para vincular a quadrilha e imputar [a culpa] às lideranças. Então as lideranças que insistirem nessa prática terão acréscimo de ordens de prisão”, afirmou.