No início da tarde desta quinta-feira, 20, a repórter Dani Oliveira do Bahia No Ar conversou com o delegado titular da 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, Dr. Antônio Carlos Sena sobre o andamento das investigações referentes ao crime que aconteceu no município na noite de ontem, 19, no bairro Parque das Mangabas, em frente ao terreiro de Pai Diego do Candomblé. Na ação, uma criança de 7 anos foi morta e a mãe dela, identificada como Brena Horrana Rosa de Cena, de 25 anos,segue internada no Hospital Geral de Camaçari (HGC), em estado grave.

Diego Brito da Silva, conhecido como Pai Diego, que também estava no momento do crime, prestou depoimento durante a manhã desta quinta-feira; segundo o delegado, ele é considerado como o principal alvo do crime.

“Nós estamos em diligências desde hoje pela manhã, e nós já ouvimos a vítima que é sobrevivente, mas que seria o alvo principal do crime, que é o sacerdote de matriz africana Diego Brito da Silva. Ele nos narrou que estava com a vítima, a Maria Eduarda, de 7 anos, e a mãe [da criança]. Eles estavam saindo de uma reunião e ele deu carona as duas. No momento que ele estava saindo do terreiro um indivíduo saiu num veículo e passou a deflagrar vários disparos na direção dele, só que no primeiro disparo, que atingiu os vidros [do carro que eles estavam], como ele sentiu os estilhaços do vidro, ele abaixou e aí como as duas estavam no fundo, a menor e a mãe, elas foram atingidas”, pontuou o delegado.

“Ao que tudo indica, o objetivo era matar realmente o Diego. Nós estamos ainda verificando, de acordo com as informações que recebemos, mas por conta das investigações é importante que a gente não exponha agora, mas existem indicações de uma possível motivação do crime e com certeza a vítima, o alvo do autor, era o Diego”, acrescentou o delegado.

Questionado se o crime teria sido motivado por intolerância religiosa, o delegado destaca que essa hipótese, até o momento, está descartada.

“No momento, estamos descartando a possibilidade de haver motivação de intolerância religiosa. Esse é uma das motivações que já foram descartadas, mas existem outras motivações ligando a pessoa do Diego e as atividades que ele desempenha, não na esfera religiosa, mas em outras atividades que podem ter motivado o crime”, explicou.

Sobre a família da garotinha morta e de sua mãe, que segue internada, o delegado afirmou que espera a presença de alguém para prestar depoimento.

“Nós ainda estamos aguardando os familiares, que não compareceram. Mas, a gente pode esclarecer que tanto a Brena quanto a filha, na verdade, houve um erro no momento da execução, elas não eram o alvo do autor, de quem praticou o delito, o alvo era realmente o Diego, infelizmente as duas foram atingidas durante a execução do crime”, disse.

Por fim, o delegado sinalizou que o processo de investigação continua sob responsabilidade da 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari e, ao que tudo indica, em breve terá um desfecho.

“Nós continuamos o processo de investigação, já com o caminho bem delineado das investigações, e acreditamos que em pouco tempo nós chegaremos a autoria”, finalizou.

Crime

Na noite da quarta-feira,19, a menina  Maria Eduarda Cena Fernandes e sua mãe, Brena Horrana, foram atingidas por disparos de arma de fogo enquanto estavam dentro de um veículo. Homens armados surgiram em outro carro e pararam em frente às vítimas, quando começaram a disparar os tiros.

A criança foi baleada no olho direito e a mãe no rosto e no abdômen.Policiais militares foram até o local e socorreram as vítimas até o HGC. A menina não resistiu ao ferimento e veio a óbito depois de dar entrada na unidade hospitalar. Já a mãe de Maria Eduarda, segue internada.

O caso foi registrado na 18ª Delegacia Territorial (DT/Camaçari).

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