Em mensagens trocadas com integrantes do Ministério Público Federal, o procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol indicou que era preciso acelerar ações contra o senador Jaques Wagner (PT). Nas mensagens, Dallagnol defende que a força-tarefa da operação expeça um mandado de busca e apreensão “por questão simbólica”. As informações são da jornalista Monica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo.

O ex-ministro de Lula e Dilma havia sido eleito senador pela Bahia e tomaria posse em fevereiro. Em um dos trechos, o procurador pergunta em um grupo: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca… Temos alguma chance?”. Um outro procurador identificado como Athayde – e, provavelmente, Athayde Ribeiro Costa, da força-tarefa em Curitiba – responde: “As primeiras quebras em face dele não foram deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir reconsideração”. Deltan devolve: “Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”.

Em resposta, Athayde diz que “isso não impactará o foro”. “Não impactará, mas só podemos fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes [da posse]”, escreve Dallagnol.

Uma procuradora argumenta que o Wagner já havia sido alvo de uma busca: “Nem sei se vale outra”. “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA até, por questão simbólica”, pondera Dallagnol. “Mas temos que ter um caso forte”. Athayde escreve que seria “mais fácil” Wagner aparecer “forte” em outro caso, e Deltan finaliza: “Isso seria bom demais”.

Segundo a colunista, os diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil ocorreram no dia 24 de outubro, quando o então juiz responsável pelo julgamento das ações da Operação Lava-Jato, Sergio Moro, já era cotado para assumir o posto de ministro da Justiça no governo do presidente Jair Bolsonaro. O presidente derrotaria o candidato petista Fernando Haddad no pleito que ocorreu quatro dias depois. Informações Veja.

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