Um grupo de desempregados de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, tem realizado protestos na sede do Sistema Nacional de Empregos (SINE) do município. De acordo com eles, existe politicagem na divulgação e liberação das “cartas”, que são as oportunidades de trabalho anunciadas pelo órgão.

Segundo um dos líderes do movimento, Josivan Oliveira, não há a divulgação de todas as vagas no portal do SINE na internet. Ele afirma que isso é para facilitar a distribuição de vagas entre os apadrinhados políticos do Secretário de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), Paulo Alban, mais conhecido como Paulo da Tupi.

“As cartas estão saindo pela lateral do SINE. O coordenador tem ligação com o secretário Paulo da Tupi, que encaminha os indicados dele para as vagas enquanto o povão está aqui na porta todos os dias” disse. “Nós queremos uma audiência pública para debater essa situação com o prefeito, vereadores e população”, completou.

Desempregados protestam por falta de divulgação de oportunidades
Desempregados protestam por falta de divulgação de oportunidades

Ainda de acordo com os manifestantes, é necessário que haja desvinculação do SINE com a SEDEC, para que as oportunidades sejam divulgadas e distribuídas para todos os interessados sem que haja desvio de interesse.

O coordenador do SINE-Simões Filho, Antônio Dias, explica que a SEDEC atua como um instrumento de fomentação das oportunidades, ajudando ao órgão na busca de mais vagas para os profissionais da cidade. Ele critica o movimento e afirma que os denunciantes são indicados, mas não conseguem se firmar nas vagas.

“O papel do SINE não é empregar, é intermediar. Nós somos intermediadores e muita gente não entende isso. Eles acreditam que ao pegar uma carta já estão empregados. Há diversas vagas, mas temos um grande problema de qualificação na cidade, essa que é a verdade”, disse.

Segundo SINE, é necessário requalificação profissional
Segundo SINE, é necessário requalificação profissional

Segundo Dias, as empresas tem procurado profissionais que morem nas proximidades das empresas, com o objetivo de evitar pagar o transporte, e que façam mais de uma atividade. “Há empresa que contratou 300 pessoas em 2015 e este ano não passou de 50 até agora”, comenta. “Tem empresa que pagava R$960 mil em conta de energia elétrica e agora paga R$1.800 mi. Em algum lugar eles vão ter que cortar”, detalha.

A equipe de reportagem conferiu in loco um empresário solicitando um candidato que morasse perto da empresa. O objetivo era de “não pagar transporte e almoço”.

Já o secretário Paulo Alban afirma que não há politicagem, mas que é uma ação de “boa vontade” por parte da secretaria. Ele diz que o objetivo em não divulgar as vagas no site é para prevenir elas sejam ocupadas por trabalhadores de outros municípios. “Nós queremos que os trabalhadores daqui assumam estes postos”, comentou.

Sobre usar o órgão com objetivo político, Alban afirma que ‘não sou candidato a nada’. “Eu não quero saber quem são os candidatos, quero saber apenas se são de Simões Filho”, afirma. Ele explica também que os candidatos que procuram a SEDEC são os mesmos que procuram o SINE.

Uma reunião entre o secretário e os manifestantes foi realizada no início da tarde desta quarta-feira (8) para solucionar o caso.

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