O fluxo de desinformação impulsionado nas redes sociais,  virou um dos maiores obstáculos para o enfrentamento ao avanço da Covid-19 no Brasil. Como se não bastasse a proliferação do coronavírus em solo nacional, os brasileiros têm sido bombardeados pela disseminação massiva de fake news a respeito da sua gravidade.

O repertório de informação tóxica mistura lorotas mirabolantes com especulações acerca da procedência do vírus; projeta charlatões comercializando curas milagrosas e propagandistas de protocolos farmacológicos, sem eficácia atestada pela comunidade médica internacional.

Uma parcela significativa da população abraçou as teorias conspiratórias sobre a pandemia, também por desprezar o conhecimento científico. A epidemia mundial de “ignorância ostentação” chegou com força no Brasil. Os papagaios de invecionices da Internet, geralmente, se orgulham dos seus feitos.

Aliás, as plataformas digitais tornaram-se uma vitrine propícia para a consagração de ideias vazias de razão acerca da crise sanitária global, cujo grande apoio está ligado ao poder de persuasão dos bandos virtuais que atuam de forma orquestrada para tal objetivo.

É perceptível nos perfis dedicados à disseminação das fake news, a intensão de minimizar a abragencia do coronavírus. Os ataques articulados às autoridades empenhadas em gerenciar o combate à Covid-19 nas suas instâncias de atuação, têm sido uma das marcas dessa campanha infame.

Coincidentemente, o Facebook anunciou nesta quarta (08) a remoção de inúmeras contas falisifcadas, operadas por correligionários do mandachuva da extrema-direita brasileira. Páginas dedicadas à notícias fraudulentas e propagação de ataques aos seus adversários.

Não é preciso se esforçar muito para identificar a sintonia entre a narrativa desses canais e o discurso do presidente da república durante a pandemia. O inquilino do Palácio da Alvorada, desde o inicio abriu mão de exercer o papel esperado de coordenador do enfrentamento ao flagelo no território nacional, para liderar a sabotagem das medidas para desaceleração do contágio.

Agora, o chefe do poder executivo federal revelou um suposto contágio pela doença e para surpresa de ninguém, aproveitou sua hipotética contaminação para agir novamente como vendedor de uma droga descartada como solução para a covid por diversos e criteriosos estudos científicos.

Além do desserviço prestado pelo chefe do estado brasileiro, perante tamanho desafio para o nosso sistema de saúde pública, outro fato preocupante é a  viralização de vídeos onde doutores (as) “celebridades” relatam a aplicação de protocolos bem-sucedidos no tratamento precoce em pacientes com sintomas de síndrome gripal, típicos da Covid-19.

Os (as) médicos (as) podem falar com conhecimento de causa, alcançado em anos de estudos acadêmicos e práticas no ambiente profissional. Ainda assim, a medicina não é uma ciência exata. Quando uma população ávida por soluções simples, baratas e repentinas para a praga viral, é apresentada a resultados positivos por uma autoridade de saúde, o estímulo a automedicação pode ser uma consequência imediata.

Neste momento de grande comoção, a idolatria aos (às) médicos (as) celebridades, tende a gerar desconfiança sobre a conduta daqueles (as) que não adotam os mesmos protocolos dos colegas ‘pop’. Esse clima generalizado de suspeição e alarmismo, tão presente no submundo das fábricas de fake news na internet, alimenta a maledicência sobre a participação de médicos (as) em um suposto conluio mundial para o prolongamento da pandemia. Sabe-se lá com que objetivo

O inescrupuloso empenho na difusão de fake news durante a pandemia, torna forçoso acelerar a responsabilização legal de quem se vale das preciosas tecnologias de informação e comunicação, para potencializar riscos à integridade da população.

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