Nos períodos de chuva, alagamentos são frequentes na Rua Nilo Peçanha
Com 1,6 km de extensão, um dos mais importantes canais de macrodrenagem da Cidade Baixa, que nasce na enseada dos Tainheiros e passa pela Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) antes de desaguar no mar, vai receber uma obra de desobstrução no trecho de 700 metros da Rua Nilo Peçanha, no bairro da Calçada. A obra será iniciada no próximo dia 25 e vai interromper o trânsito da região nos 30 dias seguintes.
Durante o período, o tráfego de veículos será alterado e os motoristas deverão fazer o desvio na rua do Uruguai. Na tarde desta segunda-feira, 11, representantes da Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador (Sucop), responsável pela limpeza do canal, além da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) e outros órgãos municipais participam de uma reunião para organizar os detalhes da operação.
Em entrevista ao A TARDE, o superintendente da Sucop, Batista Neves, revelou que esta é a segunda etapa do projeto, que envolve não só a desobstrução do canal, mas também a remoção da capa asfáltica e a realização de um dreno provisório. A primeira etapa, já em execução, é a reconstrução do canal no trecho da Avenida Afrânio Peixoto, que contou com um investimento do Ministério da Integração Nacional de R$ 5 milhões.
A terceira etapa do projeto será a remoção de cerca de 82 construções, entre casas e estabelecimentos comerciais, localizados sobre 200 metros do canal na Rua Nilo Peçanha. De acordo com Batista Neves, os moradores seriam transferidos para localidades próximas, como o bairro da Liberdade, em construções do Programa Minha Casa, Minha Vida. "Já fomos ao local e estamos em contato com a população. Vamos fazer um levantamento e estudar a situação para resolver da melhor maneira possível e não precisar brigar na justiça", afirmou.
O superintendente ressalta que a ocupação sobre a área do canal foi feita de forma irregular, assim como aconteceu no Vale das Pedrinhas, que também passa por um projeto de dragagem. "As pessoas invadem a área e usam o canal como fundação das casas. A ação do dia 25 vai dar um conforto de trafegabilidade, mas não resolve a situação. O canal obstruído é um risco para a população", alerta.
Entre os principais problemas causados pela obstrução do canal estão os alagamentos e a destruição do asfalto, com o consequente aumento de buracos. Sem ter para onde escoar, a água se acumula e acaba causando estragos ao pavimento.
Para evitar novas construções na área, mesmo que a atual população seja transferida, o superintendente afirma que a prefeitura vai realizar manutenções periódicas. Segundo ele, a maioria dos 256 canais de Salvador está obstruída, problema que pode ser amenizado com a conservação. "A macrodrenagem perfeita é bem construída e recebe manutenção constante, para impedir o crescimento da vegetação e a ocupação. A população é a maior prejudicada com a ocupação, porque o volume de água do canal é muito grande e pode subir até 3 metros", enfatiza.
Se os moradores não aceitaram a mudança, a prefeitura será obrigada a construir um desvio de 400 metros, que custaria aos cofres públicos mais R$ 5 milhões, verba que a prefeitura não possui, de acordo com Batista Neves. Fonte:A Tarde