O que seria um dia de festa e alegria se tornou um grande pesadelo na vida da família de Ana Clara Benevides Machado tinha 23 anos. A jovem, estudante de psicologia, morreu durante um show da cantora americana Taylor Swift no Rio de Janeiro após passara mal.

Clara viajou de em Rondonópolis (MT), para ver a artista. Em entrevista ao programa da TV Globo, Fantástico, os pais dela falaram sobre a perda da filha que, segundo a prefeitura, teve uma parada cardiorrespiratória.

“Ainda não está caindo a ficha. É difícil você, porque está vindo buscar a sua filha… E morta. Isso é difícil, difícil, difícil mesmo”, diz ao Fantástico.

Pela internet, a mãe de Clara também contou como estão sendo esses primeiros dias após a morte da filha.

“Minha filha é o meu anjo. Deus a levou, mas levou ela no momento mais feliz da vida, que era só o que ela queria, era isso. Mãe, se eu não conseguir ir nesse show, eu morro, ela falou pra mim”, conta.

Clara amava Taylor e segundo seus amigos, sabia todas as canções de cor. Conhece a cantora era o grande sonho da estudante deste a adolescência. Ela saiu de sua terra natal com o objetivo de realizar esse sonho, combinou com a amiga de faculdade, Daniele Menin, de irem juntas ao show. Ela criou um grupo de WhatsApp chamado “Ana vai pro Rio” e foi compartilhando passo a passo sua viagem com os pais, que são separados.

Foi a primeira viagem de avião dela e tudo foi compartilhado com os familiares.

“Ali a ponte Rio-Niterói, ali o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor está ali atrás”, mostrou a jovem do apartamento onde ficou hospedada com a amiga, Ana Clara.

O medo da família era a violência em terras cariocas. A mãe também ficou com receio, pelo fato de a filha não conhecer ninguém na cidade.

“Aí ela falou: ‘Mãe, é o show da minha vida'”, recorda Adriana.

Em uma das trocas de mensagem, Adriana diz que falou para a filha se cuidar, comer e não se esquecer de beber água. Ela conta como foi essa conversa.

“‘Mãe, eu vou comer bastante barrinha de cereal, porque eu vou ficar muito tempo lá. Eu quero ser a primeira da fila, eu quero ficar pertinho dela, mãe.’ Falei: ‘vai, minha filha. Você vai conseguir'”.

No dia do show, a jovem era pura empolgação e gravou tudo para a família. “Gente, tô indo pro show”. O pai responde: “Divirta-se. Divirta-se”. Esse foi o último contato com ela.

Notícia da morte

No final do dia, por volta das 19h , a família soube o que tinha acontecido com Clara. O pai contou que um médico falou sobre o que teria acontecido e que a filha dele teria morrido durante o show de Taylor.

“Daí eu não ouvi mais nada. Larguei o celular para lá, minha esposa veio falar comigo. Eu saí andando pela rua. Fiquei atônito, não sabia o que fazia. Tentando não acreditar, como até agora tento não acreditar”, relata.

Adriana, a mãe de Ana Clara, conta que o médico disse que o atendimento foi rápido e que tentaram reanimar por mais de 20 minutos.

Calor intenso

Os relatos dos fãs de Taylor em que havia um calor intenso no local foram rapidamente espalhados. “A gente era pacote VIP, você podia entrar um pouco antes. Abriu por volta das 15h, então a gente ficou 4 horas na fila. E aí, depois do estádio, até umas 18h30”, recorda Daniele, amiga de Clara.

Do lado de fora, Ana Clara postou um vídeo reclamando do calor.

“Uma hora da tarde, a gente está aqui desde 11h e estamos aqui no perrengue. Fazer o que? É isso gente, não vai ter glamour hoje não. Acabou”, falou na postagem.

“Estava todo mundo suando. Aí, antes de começar o show, algumas pessoas já saíram mal. Não chegavam a desmaiar, mas eles carregaram. Outras saíram meio cambaleando”, conta Daniele.

Últimos minutos com a amiga

Daniele conta que até a segunda canção Clara estava se divertindo quando, Ana Clara caiu.
“Ela foi caindo em cima das pessoas. Aí eu não sei como eu tive força, botei ela por cima da minha perna e eles puxaram para o outro lado da grade. Eu pulei atrás dela e a gente correu para o postinho”, conta ao Fantástico. Eles entraram com a maca, botaram ela na maca e colocaram na ambulância”.

Daniele acompanhou a amiga na emergência do hospital e conta que logo o médico a chamou para falar que a situação era grave e que precisava do contato da família dela. “Aí eu entrei em desespero”, recorda.

“Quando o médico falou com o pai da Ana, eu acho que a minha ficha caiu de que ela não ia mais voltar”, fala Daniele.
Procura por respostas

A família de Ana segue desolada, procurando entender o que aconteceu e com a demora do translado do corpo.

“O pessoal do show, que montou, não está dando suporte pra gente trazer ela pra casa. Sei que essas coisas nem passam pelos cantores, os artistas nem ficam sabendo disso. Mas a gente queria que eles dessem o suporte, para trazer ela pra casa. Porque, infelizmente, a gente está arcando com tudo. E a minha filha ainda não chegou”, desabafa Adriana.

A família disse que recebeu da Time For Fun, responsável pelo evento, oferta de assistência psicológica.

O pai diz que não sabe o que causou a parada cardiorrespiratória em Ana Clara. A Polícia Civil disse, em nota, que o laudo final ficará pronto em 30 dias.

📌 Em nota, a prefeitura do Rio lamentou a morte da jovem e informou que a responsabilidade dos fatos ocorridos dentro do estádio sã da empresa contratada para realizar os shows, no caso a Time For Fun.

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