Presidida pelo vereador Marcelino (PT), a Comissão de Promoção da Igualdade Racial e Políticas Públicas para as Mulheres realizou na manhã da sexta-feira (27/05) Sessão Especial em homenagem ao Dia da África.

Marcelino, requerente da sessão, fez a abertura do evento, discorrendo sobre a importância do resgate histórico para o reconhecimento do povo e de suas origens.

“No nosso país ainda enfrentamos uma falsa democracia social, em pleno século XXI o preconceito ainda existe”, o vereador defendeu ainda as cotas raciais nas universidades.

Paulo Rabelo, um jovem que pertence à religião de matriz africana, fez um depoimento onde externou o preconceito que sofre na escola onde estuda em decorrência da religião que possui.

Já Erivaldo Souza, trabalhador e estudante, destacou a desigualdade entre um jovem de classe baixa, que tem que estudar e trabalhar, e outro de classe média, que tem mais tempo para os estudos e por isso, mais condições em conseguir uma vaga universitária.

Representante da Aliança de Negros e Negras Evangélicos do Brasil (ANNEB), Gilberto Araújo, enfatizou a necessidade de implantação de políticas publicas para os jovens negros para a inserção destes no mercado de trabalho.

Pedro Azevedo, coordenador de Juventude de Camaçari, explanou sobre as melhorias que estão sendo implantadas, através da coordenadoria.

“Hoje podemos ter um diálogo direto entre a juventude e o governo municipal”, Pedro ainda falou do curso de Tecnologia da Informação que será oferecido a população de Camaçari, ministrada pela IBM.

Ivonete Mota, coordenadora da Promoção da Igualdade Social (COPIR), falou sobre a necessidade de mobilização da juventude.

“Participem da política, ocupem os espaços, a juventude precisa reagir”, afirmou.

  Para Lidinalva de Paula, coordenadora do Coletivo de Entidades Negras (CEN), o jovem negro precisa, antes de políticas públicas, do direito a vida.

“O jovem negro precisa primeiramente do direito a vida e depois direito a educação, as outras coisas a gente conquista através da luta”.

Lidinalva ainda questionou a laicidade.

“Presenciamos em espaços públicos, símbolo religioso de só uma crença”.

Para a coordenadora todas as religiões deviam ter espaço na sociedade.

José Carlos Lamartine, representada da Adido Cultural de Angola no Brasil, disse que o Brasil é um país com condições para mostrar para o mundo que é possível a convivência de todas as etnias juntas.

“A África é o berço da humanidade, somos todos da mesma raiz”.

O secretário de Turismo da Nigéria, Ayanwale Ayo Olaynaju, conclamou o povo negro para a luta e destacou as semelhanças entre a Bahia e a África.

O Deputado Estadual Bira Corôa (PT) falou sobre a importância da participação estudantil na política.

“A primeira vez que a Bahia discutiu o Dia da África foi em Camaçari, há sete anos atrás”.

Para o deputado, “essa data é um dia de comemoração, mas também de avançarmos na luta.

O vereador Téo Ribeiro (PT) parabenizou colega de bancada, Marcelino (PT), pela iniciativa da Sessão Especial e destacou a alegria que o povo brasileiro e africano tem.

Alfredo Andrade (PSB) usou palavras da Bíblia para expressar que todos os seres irmãos são irmãos e por isso não deve existir discriminação e intolerância.

O evento ainda contou com a apresentação do Grupo Cultural Nossa Pegada, Hip Hop Revolução e Extrema, e com a exibição de um vídeo sobre a juventude negra.

Compareceram também ao evento: Tata Ricardo, do Conselho de Cultura; Aurenita Castilho, secretária da Mulher; Vital Vasconcelos, secretário de Cultura; Augusto de Paula, coordenador da Cajuc; e alunos da Escola Municipal Professor Luis Rogério de Souza.