O glaucoma é uma doença silenciosa que se desenvolve lentamente, sem que o paciente a perceba, caracterizada por lesão progressiva ao nervo óptico, responsável por transmitir estímulos luminosos ao cérebro; o glaucoma causa alteração progressiva do campo visual, culminando com a cegueira irreversível caso não diagnosticada e tratada em tempo hábil.

 

De acordo com a vice-presidente da Sociedade de Oftalmologia da Bahia (Sofba) e integrante da Diretoria do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a médica-ofaltmologista Fabíola Mansur, o tipo mais comum da doença é o glaucoma primário de ângulo aberto, considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda causa mais frequente de cegueira irreversível em todo mundo.

 

 “Hoje, estima-se que existam 3 milhões de casos de cegueira irreversível causada por Glaucoma e mais de 100 milhões de pessoas com aumento da pressão intra-ocular em todo mundo”, explica a médica especialista.

A cada ano surgem 2,4 milhões de novos casos de glaucoma primário de ângulo aberto no mundo.

 

O objetivo do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, dia 26 de maio, data instituída pela lei nº 10.

456/2020, é orientar a população sobre os riscos da doença e divulgar o “teste de risco”, que faz um alerta para as pessoas com histórico familiar e acima de 40 anos, a exemplo da campanha realizada pela Sociedade Brasileira de Glaucoma e ABRAG.

 

Apesar da carência de dados epidemiológicos sobre glaucoma no Brasil, mas buscando-se estimativas com base na literatura internacional, a prevalência de glaucoma primário de ângulo aberto foi referida como sendo de 1,86% na população acima de 40 anos.

”No Brasil, portanto, pode-se estimar que existam 1.

216.

608 portadores de glaucoma primário de ângulo aberto e em Salvador quase 60 mil portadores de glaucoma”, alerta Fabíola Mansur.

 

De etiologia desconhecida, há vários fatores de risco para desenvolver o Glaucoma, sendo o mais frequente deles o aumento da pressão intra-ocular.

Outros grupos de risco têm maior propensão a desenvolver a doença, além das pessoas com pressão intra-ocular anormalmente elevada: pessoas com mais de 40 anos, pessoas com história familiar da doença, pessoas com descendência africana ou asiática e pessoas diabéticas, míopes, que façam uso prolongado de esteróides (corticóides) ou possuam lesões oculares anteriores.

 

Os descendentes africanos têm de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver o glaucoma primário de ângulo aberto do que outros indivíduos, daí a importância de ações educacionais sobre a doença, avalia Dra.

Fabíola Mansur, idealizadora e coordenadora das seis edições de campanhas Salvador contra o Glaucoma.