Nesta segunda-feira (30/11), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, alertou que a situação do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil “é muito preocupante”, sobretudo, quando se observa os dados agregados.
Por meio de uma coletiva de imprensa, Tedros ressaltou que o país deve ser “muito sério” para lidar com a situação e que houve um aumento “significativo” nos óbitos, entre o período de 2 de novembro e a última quinta-feira (26/11).
Os dados apontam que o Brasil havia atingido o pico de casos em julho, depois seguiu apresentando queda. No entanto, a OMS destaca que essa realidade mudou desde o dia 2 de novembro; na ocasião, o gráfico recomeçou a subir consideravelmente.
O órgão ainda salientou sobre a demanda por trabalhadores da área da saúde, que também estariam aumentando em grande parte dos países. Porém, a oferta de novos profissionais não tem acompanhado o mesmo ritmo.
No caso do Brasil, o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, diz que os sistemas de saúde estariam sobrecarregados por falta de investimento.
“Os trabalhadores da saúde do Brasil fizeram um trabalho fantástico durante primeiro pico da doença, ficando sob muita pressão. É difícil ser herói quando ninguém está olhando”, afirmou.
Para ele, o Brasil e outras nações da região não conseguiram tornar o número de casos baixo, e é difícil lidar com zonas densamente urbanizadas como há no país. Perguntado sobre as ações de governantes, afirmou que “todos em condição de influenciar as pessoas devem ter comportamentos adequados”.
“Alguns politizaram a origem do vírus”, assegurou Tedros. E na sequência ele seguiu: “Mas esta é uma questão técnica, nossa posição é clara, será baseada em ciência”.
Por fim, Tedros indicou que um grupo de estudos seguirá com as investigações importantes “na prevenção de novas doenças”.