O diretor da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, Luiz Marduk, disse que se recuperar do trauma após o massacre que deixou 12 estudantes mortos e outros 12 feridos será muito difícil.
Para ele, a última quinta-feira (7), dia em que um ex-aluno de 23 anos invadiu o lugar e fez diversos disparos, jamais será esquecido e a superação virá apenas com "um grande apoio".
– O grande desafio agora é repaginar os ambientes para minimizar o sentimento de trauma e qualquer lembrança, e ajudar na recuperação das pessoas que trabalham nessa escola, com um forte trabalho psicológico.
Precisamos de uma ação eficiente para nos ajudar.
Bastante emocionado ao visitar o colégio dias após o ataque, o educador lembra os momentos de terror e a angústia vivida até saber se o filho, também aluno da escola, estava ou não entre as vítimas do atirador.
– Quase perdi meu filho também.
A professora começou a segurar todo mundo [os alunos] lá em cima [terceiro andar] e ele queria descer para ver se eu estava bem.
E, hoje, vendo as imagens, fui entender que o assassino chegou a visitar o terceiro andar; ele subiu e desceu.
Ele saiu da sala de leitura, que é no primeiro andar, viu as salas todas pelo vidro das portas, subiu ao segundo, fez a mesma coisa e escolheu as salas para o ataque.
No momento do ataque, Marduk, contou que estava resolvendo alguns problemas na coordenadoria, e, quando voltou para a Tasso da Silveira, a situação já estava crítica.
– Eu tinha ido à coordenadoria.
Passei aqui [na escola] 6h30, deixei meu filho para a aula, peguei alguns documentos para resolver problemas na coordenadoria e saí.
No percurso de volta foi que a situação aconteceu.
Eu tinha esquecido o celular em casa e as pessoas que tentavam se comunicar comigo não conseguiam.
Quando cheguei aqui já estava aquele inferno.
Quando encostei o carro, uma funcionária veio dizendo para não subir porque tinha um maluco atirando nas crianças.
Eu entrei e a polícia já estava em ação, mas ainda sem saber se tinha outro atirador, devido à quantidade de tiros.
Até encontrar o meu filho não fiquei tranquilo.
Ele estava lá em cima com as outras turmas, trancado.
Fonte:R7