Foram presos pela polícia da Suíça nesta quarta-feira (27) nove dirigentes da Fifa a pedido da justiça dos EUA sob a acusação de corrupção e diversos outros crimes. O departamento de justiça americano confirmou que o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foi um dos detidos que estavam num hotel em Zurique e poderão ser extraditados para os Estados Unidos.

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Jack Warner presidente da Concaf (Foto: Getty Images)

Uma das razões para as prisões, segundo o Departamento Federal de Justiça suíço é a denúncia de irregularidade sobre a votação para escolha das sedes das Copas de 2018  e 2022.  Delegados de quase todas federações de futebol estão em Zurique para o congresso da FIFA marcado para esta sexta-feira (29) – no qual Joseph Blatter tentaria  buscar seu quinto mandato como presidente da entidade. O porta-voz da FIFA, Walter de Gregorio, disse que Blatter não está entre os acusados.
– Ele não está envolvido de modo algum – disse.
A Agência Federal de Investigação (FBI), apontou que há corrupção generalizada na FIFA nas últimas duas décadas – envolvendo a disputa pelo direito de sediar as Copas  da Rússia (2018) e Catar (2022) – além de contratos de marketing e televisionamento. O rival de Blatter na eleição, o príncipe saudita Ali Bin Al Hussein, comentou para a  emissora inglesa BBC:
– Hoje é um dia triste para o futebol. É uma história em andamento – cujos detalhes ainda estão aparecendo.
Os outros dirigentes detidos na Suiça, além de Marin, foram Jeffrey Webb (Ilhas Cayman), vice-presidente da comissão executiva e presidente da Concacaf; Eugenio  Figueredo (Uruguai), que também integra o comitê da vice-presidência executiva e até recentemente era presidente da Conmebol; Jack Warner (Trinidad e Tobago), ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf, acusado anteriormente de inúmeras violações éticas; Julio Rocha (Nicarágua), presidente da Federação Nicaraguense; Costas Takkas; Rafael Esquivel; Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol; e Eduardo Li, presidente da Federação da Costa Rica.

Pelo menos seis acusados aguardam processo de extradição para os EUA, diz polícia Suíça. Segundo nota, as autoridades americanas acusam os suspeitos de receberem milhões de dólares em subornos. As escolhas de Rússia e Catar como sedes para as duas próximas Copas (2018 e 2022) podem ser o tema central das investigações. O Departamento de Justiça americano informou que as investigações incluem até o contrato da CBF com uma “grande marca americana” – supostamente a Nike.
A prisão foi um ato surpresa da polícia Suíça, que estava à paisana, que se dirigiram ao balcão de registros do Hotel Baur au Lac e, já de posse das chaves, subiram aos quartos dos suspeitos, efetuando as prisões. Todos os acusados responderão, entre outras, por fraude eletrônica, extorsão e lavagem de dinheiro.

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Hotel onde houve prisão (Foto: Reuters)