Na terça-feira (24/11), a embaixada da China no Brasil divulgou uma nota afirmando que são “infundadas” e “solapam” a relação entre os dois países , conforme mensagens publicadas em uma rede social pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, escreveu na noite da segunda-feira (23/11) uma mensagem sobre o 5G, internet móvel de quinta geração; depois, na terça-feira (24/11), ele apagou. Na mensagem, Eduardo destacava que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”.

Cabe frisar qie a implementação da tecnologia 5G virou uma disputa entre China e Estados Unidos (EUA). O governo norte-americano acusa as empresas chinesas de espionagem. Já a China assegura que os EUA utilizam a questão da soberania nacional para prejudicar empresas chinesas.

“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, assegurou Eduardo na noite da segunda-feira (23/11), antes de apagar a publicação.

Ainda segundo o deputado, a aliança pretende proteger os países participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas.

“Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, acrescentou.

Na nota da embaixada da China no Brasil, foi pontuado que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem “os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar” o país asiático e cercear as atividades de empresas chinesas.

“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos”, diz outro trecho do texto divulgado pela embaixada.

No comunicado, ainda é salientado que os EUA buscam uma “hegemonia digital exclusiva” por meio de bloqueio à empresa chinesa Huawei.

“Os EUA têm um histórico indecente em matéria de segurança de dados. Certos políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e fabricam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa, além de bloquear a Huawei visando alcançar uma hegemonia digital exclusiva. Comportamentos como esses constituem uma verdadeira ameaça à segurança global de dados”, descreve.

Ademais, a representação diplomática da China reiterou que as declarações de Eduardo não refletem o pensamento da maioria da população brasileira, mas acabam prejudicando a imagem do país.

“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema-direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.

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