Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai adiar sua manifestação sobre a possibilidade de abrir um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

A oposição esperava que Cunha desse um parecer oficial nesta semana, em resposta a um dos questionamentos feitos na questão de ordem apresentada semana passada

A manobra de atrasar a transferência de recursos do Tesouro Nacional para a Caixa realizar o pagamento de benefícios sociais é um dos pilares de sustentação do pedido de impedimento apresentado a Cunha na última quinta-feira pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Na questão de ordem de 18 páginas redigida pelos partidos da oposição, Cunha foi questionado se “pode o presidente da República sofrer processo de impeachment por atos (não estranhos ao exercício das funções) cometidos durante o mandato imediatamente anterior”.

Já de posse do parecer elaborado pela assessoria jurídica da Câmara, Cunha disse que não irá se manifestar sobre o assunto quando responder aos parlamentares oposicionistas, o que deve acontecer ainda nesta semana.

O peemedebista entende que uma “tese” não pode ser tratada na questão de ordem. “Isso é mérito de decisão. Responder isso significa responder antecipadamente o pedido”, afirmou.

Antes mesmo de lançar oficialmente o Movimento Pró-Impeachment, líderes oposicionistas já contabilizavam 286 apoiadores. Agora, eles dizem que o número aumentou, mas não divulgam mais estimativas. Apesar de o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), procurar minimizar o assunto, dizendo que não está “preocupado com essa agenda dos conspiradores”, governistas contabilizam quadros da base que já aderiram ao movimento para substituir a presidente Dilma.