O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sabia que seria acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e avisou a aliados dois dias antes da delação premiada de Júlio Camargo.
Segundo a Folha, o parlamentar disse a líderes governistas e oposicionistas que tinha informações seguras de que Camargo mudaria seu acordo de delação premiada com o Ministério Público para implicá-lo.
Na oportunidade, Cunha ainda teria alegado , ser vítima de uma armação do governo – mesma declaração dada após a divulgação da delação premiada. Um dos deputados presentes confirmou à Folha que o pemedebista assegurou o envolvimento do procurador-geral, Rodrigo Janot, na mudança de depoimento de Camargo.
No encontro, Cunha se defendeu das acusações e negou que tivesse recebido propina no esquema investigado pela Operação Lava Jato. Além de Camargo, o doleiro Alberto Youssef acusou o deputado de receber propina. Procurado, Cunha disse que não recebeu informações privilegiadas, mas “informes de boatos que se confirmaram depois”, e afirmou ter lido na imprensa sobre a possível mudança de versão.
