Se dentro de campo o Bahia faz bonito e briga pelas primeiras posições do Brasileirão, fora nas quatro linhas, o clima é tenso. A briga política no tricolor está difícil de chegar ao fim, na última sexta-feira (2), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anunciou oficialmente a extinção da medida cautelar protocolado pela defesa de Marcelo Guimarães Filho, mas nos bastidores á quem afirme que o mandatário tricolor retornará ao clube ainda está semana.

Sem querer perder muito tempo, o interventor do Bahia Carlos Rátis planeja organizar eleições no clube no dia 24 de agosto, exatamente uma semana após a Assembleia Geral de sócios, confirmada para o dia 17. Segundo matéria do jornal A TARDE desta segunda-feira, os dois encontros vão ocorrer na Arena Fonte Nova, em contrato único de locação com a concessionária que administra o estádio.

Durante entrevista Rátis não confirmou oficialmente, mas declarou que o pensamento é realizar a eleição ainda este mês. "Nosso planejamento é fazer até o dia 31 de agosto. Ainda estamos estudando a melhor data para posteriormente divulgar nos canais de informação", afirma.

Rátis tem buscado no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE) o empréstimo de urnas eletrônicas – as mesmas usadas nas principais eleições – para facilitar o processo de escolha do novo mandatário tricolor. "É uma forma de dar lisura e facilitar a realização das eleições", aponta o interventor.

Ainda de acordo com informações do jornal A Tarde, existe a possibilidade de o novo presidente assumir um mandato tampão, completando os 16 meses que restavam da gestão de Marcelo Guimarães Filho. Os novos filiados do Bahia (cerca de 15 mil) poderão comparecer na eleição do dia 24, porém só poderão votar caso haja uma alteração no estatuto registrado em cartório, relativo ao ano de 2008. Neste regimento interno, está explícito que os associados só podem participar da vida política do Bahia após um período de carência de 12 meses. Pelo recadastramento realizado pela interventoria, hoje, o número de sócios potencialmente aptos é de 938. Em tese, estes seriam os responsáveis por permitir ou não a alteração no estatuto, escolhendo a opção por meio de voto secreto – conforme rege o estatuto. Porém, cerca de 40% destes sócios estão em condição irregular, por não terem honrado os compromissos com as taxas de contribuição do clube.

O colégio eleitoral do Bahia é, portanto, composto atualmente por aproximadamente 600 pessoas, o que implica em uma condição peculiar caso haja um bate-chapa no conselho. Para formar o Conselho Deliberativo são necessários 300 sócios e mais 100 suplentes. Em uma eventual disputa de, no mínimo, duas chapas seriam precisos então 800 nomes. Também pelo estatuto, um filiado que se candidata ao cargo de conselheiro precisa de 36 meses (3 anos) como sócio. "Seiscentas pessoas votarem em 800 é uma situação que foge a proporcionalidade", define Carlos Rátis. Na última eleição de conselheiros do Bahia, em 2011, por exemplo, 216 pessoas votaram em 400 (chapa única). Para impedir esta distorção, baseado no Código Civil, a interventoria acredita que seja importante a incorporação dos novos filiados na eleição.