O ano de 2012 começa com uma disputa acirrada, que promete sacudir os bastidores da política de Candeias. Tentando sair de coadjuvante para estrela principal na administração candeiense, o Partido dos Trabalhadores (PT) resolveu apostar no secretário da Fazenda do Estado Carlos Martins (PT), como candidato à prefeitura da 'Cidade Luz'. Mas para isso terá uma missão difícil: primeiro, fazer com que o postulante apareça nas pesquisas, fato que até agora sequer é citado; segundo, precisa tirar a rejeição que Martins tem com os partidos da base aliada do governador Jaques Wagner (PT) na Bahia, já que em Candeias o PP e PDT apoiam o advogado Jair Cardoso; o PSB do deputado Sargento Isidoro não abre mão de que o 'pastor deputado' seja o candidato; o PHS também não deixa por menos – já mobilizou até a executiva nacional para reafirmar o nome do vereador Bobó como pré-candidato; e para fortalecer este grupo, o contabilista Georgem Almeida conta com o aval do PTdoB, que também não pensa em desistir do pleito.
Segundo os postulantes, que estão indignados com a maneira com que a pré-candidatura de Carlos Martins foi lançada, o governador empurrou o nome de Martins ‘goela abaixo’, impondo sem conversar com ninguém. Jair Cardoso, o vereador Bobó, Sargento Isidoro e Georgem não admitem, de hipótese nenhuma, aliança com o secretário Carlos Martins. Os pré-candidatos afirmam que pretendem formar uma ampla aliança, descartando a deputada Tonha Magalhães (PR) e Martins. "Não queremos o retorno de Tonha, mas também não iremos permitir que ninguém venha decidir de cima para baixo o destino de Candeias. Carlos Martins saiu de Candeias, abandonou o município e volta querendo ser o 'Salvador da Pátria', só porque o governador Wagner quer", esbravejou um pré-candidato.
Nossa opinião:
Já declarei aqui nesse espaço que, na minha opinião, Candeias ganha mais com Martins sendo prefeito do que Carlos Martins ganha, deixando uma secretaria que administra bilhões. Mas também entendo que política se faz somando e não dividindo – foi o que Jaques Wagner, governador do nosso Estado, fez em Candeias: dividiu sua base governista, que poderá abrir precedentes em todo o estado. Este mesmo governador que criticava a maneira de governar do ex-senador ACM.
Wagner primeiro matou o PT de Candeias, quando sequer conversou com os petistas históricos, como Marivalda – vereadora da cidade e Loteba, atual vice prefeito. Agora está tentando sem sucesso, até o momento, sepultar aliados históricos (PSB) e partidos que foram importantes para a sua reeleição, como o PP e PDT .
Fontes governistas garantem que Wagner afirma que, se preciso for, faz uma aliança até com a família Magalhães – hoje do PSD e PR – ou com a prefeita Maria Maia (PMDB), pior gestão da história de Candeias, só para ganhar a eleição.
Parece que o governador tem aquela tese para vencer uma eleição: "Faz união até com o diabo". Governador, aqui vai uma dica: tenha como exemplo o grupo que era liderado pelo saudoso ACM, que há 6 anos pensava que com arrogância e prepotência, poderia dominar a Bahia. O senhor mesmo em 2006, ainda usando a humildade, venceu; humildade esta que parece ter saído do seu dicionário ou da rotina, depois que assumiu o poder. Talvez o senhor não tenha pesquisado a política de Candeias, porque se tivesse feito um estudo minucioso saberia que Jair Cardoso, o vereador Bobó, Sargento Isidoro, Marcus Vinicius, Georgem da Contabilidade e outras lideranças, que não concordam com sua atual maneira de fazer política, são políticos importantes no município e decidem qualquer eleição em Candeias.
A matemática é uma ciência exata, governador, se o senhor divide o seu grupo como está fazendo, fortalece a oposição e quem está gostando de assistir a esta briga de camarote é a ex-deputada Tonha Magalhães (PR), que é a única a sair vitoriosa.