Uma pesquisa divulgada recentemente mostra que o Brasil terá 64 milhões de idosos em 2050.

Segundo os dados, que fazem parte do relatório “Envelhecendo em um Brasil mais Velho” do Banco Mundial, esse número corresponde ao triplo registrado no ano passado.

Fatores como a expectativa de vida de 50 para 73 anos, a diminuição da taxa de fecundidade, no começo da década de 60, e a queda da mortalidade infantil influencia para que 29,7% da população total sejam de idosos.

Mas como o jovem de hoje pode se ajustar a essa nova realidade e chegar em 2050 com, além do corpo e a mente saudáveis, estabilidade financeira?

A aposentada Ana Graça Ribeiro, 57 anos, tem três filhos, dois netos e ainda está na ativa.

Ela é professora em pós-graduação e dentista e, apesar da aposentadoria como professora da Universidade Federal, trabalha para manter a mente saudável e seus vícios: dançar e viajar.

Ana não sofre de problemas vasculares e não é hipertensa, mas participa de grupos de corrida, malha, faz caminhadas e mantem uma alimentação balanceada.

Tudo em nome da saúde, e claro, da beleza.

“Eu não posso me descuidar, tenho que ter energia para cuidar dos netos”, diz.

Ela não planeja parar de trabalhar tão cedo.

“Não está dando para poupar muito não.

Quando consigo juntar uma poupancinha vou lá e gasto viajando”.

Ana é aposentada e por isso faz tanta extravagância, mas, confessa que se fosse jovem começaria a juntar dinheiro desde cedo só para não ter preocupações futuras.

“Pouparia e faria uma previdência privada, para incluir renda.

Mas continuaria fazendo o que faço, cuidando do corpo e da mente, porque com o stress do dia a dia tem que ter estrutura”.

Saúde financeira – Com essa mudança no perfil demográfico, o Brasil precisa começar a fazer ajustes em diversos setores da economia e priorizar, principalmente, a previdência social.

Para o blogueiro do iBahia e consultor financeiro Lucas Leal, o país vai ter que fazer profundas mudanças.

“As famílias estão tendo poucos filhos e futuramente teremos menos pessoas trabalhando.

Se os contribuintes diminuem e os beneficiados aumentam, vamos ter um grande desequilíbrio e alguém vai ter que pagar essa conta”, comenta.

Mas cada um deve fazer sua parte.

Lucas explica que para o idoso já aposentado fica mais difícil acompanhar a dinâmica financeira e poupar.

“A maioria não tem mais a capacidade de trabalho que possuía antes e fontes de renda.

Eles devem fazer um rígido controle da receita e equilibrar para não viver endividado”.

Já os jovens precisam ter uma carta na manga.

Além de trabalhar, é bom poupar e criar uma riqueza independente da aposentaria que vai vir no futuro.

Quem se preocupa com o bolso pode optar por algumas alternativas que geram patrimônio e não dependem do setor público.

A receita ideal é ter um planejamento básico financeiro, ou seja, saber quanto gasta, quanto sobra e aplicar esse dinheiro em investimentos para suprir as necessidades futuras.

Os investimentos podem ser de renda variável, como os mercados de ações e imobiliário, ou os de renda fixa, que incluem o tesouro direto e a aposentadoria privada.

Mente Sã –  Além de pensar na parte financeira, é imprescindível manter as melhores práticas físicas para envelhecer bem.

De acordo com a médica reumatologista Patricia Evelyne, quem já atingiu a meia idade deve fazer exercícios físicos semanalmente ou diariamente de forma moderada.

“Qualquer atividade desorganizada é prejudicial e o alto impacto pode causar doenças antes mesmo do envelhecimento”, diz.

Quem cansou de reclamar as dores em casa e no consultório pode ficar atento: outra coisa que pode ajudar é a prática de atividades orientais, que equilibram a mente e ao mesmo tempo dão força física.

“Estive na China e lá vi pessoas idosas fazendo exercícios e com uma saúde física invejável”, comenta a médica, também especialista em Acupuntura.

As pessoas que ainda não chegaram à idade, mas querem ter um processo de envelhecimento tranquilo precisam evitar excesso de comida, dormir bem, adotar uma alimentação equilibrada com verduras e frutas e ter, também, horas de pausa do trabalho.

“Todo mundo deve se dedicar a outras atividades lúdicas e fazer o que gosta, como ler, surfar e dançar”.

Segundo a médica, há doenças que surgem apenas e principalmente com o avançar da idade, mas como ela vai se manifestar depende muito da pessoa.

“Ninguém está livre da doença, mas pode escolher a intensidade que ela terá, prevenindo com a atividade física”, completa.

Educação –  E se o segredo é se cuidar e manter a cabeça ocupada, nada melhor do que o processo de aprendizagem para ajudar no envelhecimento saudável.

Em Salvador, um bom passo já foi dado para isso.

Existe na capital baiana, desde a década de 90, uma faculdade específica para atender ao público de maior idade.

É a Faculdade Livre da Maturidade, voltada para homens e mulheres que já chegaram à terceira idade e buscam algo diferente.

O curso, que dura três anos, leva o aluno a enxergar essa fase da vida com entusiasmo e dignidade, aceitando novos limites e pensando na qualidade de vida como meio para a preservação da autonomia e independência.

A graduação é subdividida em Bronze (1º.

Ano), Prata (2º.

Ano) e Ouro (3º.

Ano).

O curso oferece uma série de disciplinas fixas como: Psicologia, Relação Interpessoal, Fisiologia Humana, Cidadania e Direitos Humanos, Literatura e Ecologia, entre outras.

Os alunos podem cursar ainda disciplinas optativas como “Ciranda Econômica”, “Moda e Estilo na Terceira Idade” e “Oficina de Memória”.

*Fonte:  Ibahia.

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