Em uma audiência no Vaticano, nesta quarta-feira (24), o papa Francisco declarou que a separação de uma família pode ser “moralmente necessária”. Contudo, ele evitou a expressão “divórcio”.
“Às vezes, isso [a separação] pode tornar-se mesmo moralmente necessária, quando se trata de proteger o cônjuge mais frágil ou as crianças das feridas mais graves causadas pela intimidação e pela violência, a humilhação e a exploração“, argumentou o pontífice argentino.
Durante a audiência, na Praça São Pedro, o papa ressaltou o impacto desses problemas conjugais nas crianças. De acordo com o líder católico, falam-se muitos em “distúrbios comportamentais, de saúde psíquica”, mas quase ninguém analisa “as feridas das almas das crianças”. “Como acompanhar a situação de modo que a criança não se torne refém do pai ou da mãe?”, questiona.
As polêmicas declarações acontecem um dia após ser publicado um documento sobre a família na atualidade que servirá como base para a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos. Previsto para início de outubro, o encontro abordará a temática “Vocação e Missão da Família na Igreja e no Mundo Contemporâneo”.
No documento divulgado na terça (22), há uma abertura para os divorciados que se casaram novamente no civil e debates que incluem a questão dos casamentos homossexuais e as novas formas de família. Tradicionalmente, a Igreja Católica mantém uma postura rigorosamente contra o divórcio.