Após duas temporadas, com 127 jogos, 18 gols e dois títulos conquistados. A história entre Zé Rafael e o Bahia terá seu último capítulo domingo (2), às 16h, diante do Cruzeiro, em Pituaçu. O jogador defenderá o Palmeiras pelas próximas cinco temporadas. Na tarde manhã desta sexta-feira, o atleta concedeu entrevista coletiva de despedida na Fonte Nova e relembrou seus momentos no clube.
“Gratidão. Acho que essa palavra encaixa perfeitamente no Bahia e na minha vida. Tenho que agradecer ao Marcelo [Sant’Ana, ex-presidente], dar os parabéns por essa trajetória, Vitor Ferraz [vice-presidente] e o presidente Bellintani, que fazem parte dessa continuidade. Principalmente à instituição Bahia, que fez uma aposta, em momento delicado da minha carreira, quando as coisas poderiam não ter dado certo. Serei eternamente grato ao Bahia por tudo o que me proporcionou. Que me fez me tornar como atleta profissional, como ser humano. Saio com o coração partido. Essa hora de dar tchau, de se despedir, não é comigo. Mas meu agradecimento fica, à instituição, aos torcedores, que me deram força quando precisei”, declarou o meia.
Zé Rafael foi contratado pelo Bahia no início de 2017, após ter se destacado pelo Londrina na Série B do ano anterior. Quando perguntado sobre os gols mais bonitos que marcou com a camisa tricolor, Zé aproveitou para dar uma cutucada no rival Vitória.
“Fiz alguns gols bonitos este ano. Teve um contra o Vasco, pela Copa do Brasil, a bola sobrou para mim fora da área, eu coloco ela no ângulo. Contra o Vice (risos), acho que não pode ficar fora. O jogo era importantíssimo para a gente naquele momento do Campeonato Brasileiro. Jogo difícil. Foi um golaço e também ficou marcado. Foram gols importantes. Queria ter feito um gol em um momento mais expressivo, um título. Fiz um lá em Recife, na final da Copa do Nordeste [de 2017, contra o Sport], mas o juiz invalidou de forma equivocada. Saio feliz com tudo o que conquistei”, enumerou Zé Rafael, citando o apelido provocativo que a torcida do Bahia usa para se referir ao maior rival.
O gol em questão foi o primeiro do Ba-Vi que terminou em goleada tricolor por 4×1 na Fonte Nova, resultado que naquele momento tirou o Bahia da zona de rebaixamento, para onde o clube não mais voltou ao longo da competição. Era o dia 22 de julho, em partida válida pela 14ª rodada.
Contra o Cruzeiro, o jogador admitiu estar ansioso devido à vontade de fazer uma grande partida e ter uma despedida digna do clube. “Sem dúvida. O peso é até um pouco maior. Saber que você vai sair, querer mostrar mais uma vez, deixar a impressão de que tudo o que foi feito valeu a pena. Domingo eu espero estar em campo, em mais uma tarde iluminada, que a gente possa fazer uma grande partida, que possa sair realizado, feliz com mais um grande ano”.
Zé ganhou uma camisa com o número 128, total de partidas que terá pelo clube após o jogo contra o Cruzeiro, e concedeu a entevista ao lado dos troféus que conquistou, o da Copa do Nordeste de 2017 e o do Baianão de 2018. A assiduidade em campo foi uma marca do atleta no clube: após enfrentar o time mineiro, Zé Rafael terá disputado 90% das 143 partidas disputadas pelo Bahia nas duas temporadas em que esteve presente.
O jogo contra o Cruzeiro será domingo (2), às 16h, em Pituaçu, no encerramento do Brasileirão.