Helena (Julia Lemmertz) e Luiza (Bruna Marquezine) vão ter uma conversa difícil na casa que a família vivia em Goiânia. Quando percebe que a mãe fugiu do enterro do pai de Laerte (Gabriel Braga Nunes), Luiza vai atrás dela e provoca. “Às vezes fico pensando em você e no papai. E tenho pena. De como seguem vivendo. Apesar de toda a cordialidade que existe entre os dois. Não brigam. Não pelo menos na frente dos outros. São discretos. Sensatos. Ai, que palavra velha: sensatos! fala a jovem. Helena se choca e pergunta se ela acha que isso é errado ou um mau comportamento. "Eu acho que isso não tem nada a ver com o amor que eu quero viver. O meu é bagunçado, com brigas quentes e com reconciliações mais quentes.

A leiloeira fala que também pensava assim na idade da filha. "Um amor sem muitas leis ou até sem lei nenhuma. (HESITA) Mas… nem sempre a gente consegue fazer o que pensa, o que deseja… porque… porque tem que ver também se o homem que se casa com você…", fala e fica em silêncio por alguns segundos. Luiza, então, dispara: "Mãe. (PAUSA. HELENA ESPERA) O homem da sua vida era o Laerte. Com ele esse amor sem leis seria possível". Helena avisa que não goste que a filha fale assim. "É falta de respeito com o seu pai. E o mais importante: é mentira", adverte. Mas Luiza não desiste. "É verdade e você sabe disso. Por isso tem tanto medo dele", diz. Helena fala que não é medo, é ódio porque ele desgraçou a vida dela e do melhor amigo deles. A jovem responde na lata: "E você se casou com esse amigo, com o meu pai, para pagar a dívida que o Laerte deixou. Mas não casou por amor".

Helena diz que isso pouco importa porque casou com um homem bom, do bem e que aprendeu a amá-lo. "Amor de cama também se aprende? Amor de homem e mulher?", pergunta Luiza. A leiloeira se irrita: "Não sei porque estou tendo esse tipo de conversa com você". "Porque está precisando falar com alguém. Está sufocando", responde Luiza. Helena diz que ama Virgílio (Humberto Martins) e Luiza não concorda: "Respeita meu pai, o que é diferente. Mãe: olha pra mim". Helena vira o rosto. "Fecha os olhos então. Mas abra bem os ouvidos: O amor, o grande amor, não gosta de muito respeito. E o Laerte era o homem que ia te amar sem muito respeito", diz a moça. Ela tenta fazer a filha parar de falar, mas Luiza faz que nem ouve a mãe: "Vocês iam brigar muito, iam sair na porrada, mas iam fazer as pazes e aí ia valer a pena".

Helena tapa os ouvidos dizendo que odeia esse homem. "Odeia porque ele te impediu de ser feliz com ele. Que você tivesse pelo menos a chance de ser feliz com ele. Podia acabar em pouco tempo, podiam se separar, mas você teria experimentado o verdadeiro e grande amor. Mas não. Ele estragou tudo. Não é verdade, mãe? E você teve que se casar com o perdedor", fala Luiza. As duas ficam em silêncio. Helena vira-se de costas e fica de olhos abertos, pensando. Luiza fica na dela, mas está sofrendo com a conversa. Alguns segundos assim e Helena vira de frente para a filha outra vez. "Vou sair e andar um pouco pela cidade", avisa. "Pra lembrar?", pergunta a estudante de psicologia. "Pra esquecer", responde Helena, que deixa a filha sozinha em seu antigo quarto.*Extra.