A novela envolvendo as cooperativas que realizam o transporte público de Camaçari e o chamado transporte “ligeirinho” que atualmente opera na clandestinidade no município ganhou mais um capitulo na manhã desta terça-feira, 18. Alegando que os vereadores da cidade votarão em um projeto de lei que visa regularizar o ligeirinho, membros da cooperativa resolveram paralisar as atividades.

Em entrevista na ao radialista Roque Santos, na Rádio Sucesso, o presidente da Cooperunião, Manoel Araujo dos Santos, informou que 70% da frota pararia a partir das 8 horas de hoje. Manoel disse ainda que os veículos das cooperativas seriam estacionados no entorno da Câmara Municipal. O presidente criticou ainda a postura dos edis, que segundo ele estariam apoiando os clandestinos.

Por sua vez, o superintendente de Trânsito e Transporte do município, Claudécio Taroba, durante uma participação no programa por telefone ressaltou que entendia a paralisação das cooperativas e afirmou que os clandestinos estariam com apoio de secretários do governo e de vereadores. “Não dá para conversar com pessoas que estão desafiando o governo”. Aparentemente insatisfeito com o posicionamento da Câmara, Taroba chegou a dizer, “que daqui a uns dias os vereadores vão sentar para conversar até com pessoas que queiram vender drogas”.

A polêmica declaração do chefe da STT gerou um verdadeiro alvoroço e automaticamente vereadores e até o secretário de Ordem Pública entraram no ar para prestar esclarecimentos. Primeiro foi o vereador Oziel (PT) que atualmente disputa a presidência do Legislativo. O edil informou que votou favorável ao projeto de lei que teve sua primeira votação na última quinta-feira, 13. Oziel ressaltou ainda, que é a favor de regularizar o transporte para coibir a clandestinidade. “Os vereadores se sensibilizaram com algumas pessoas que estavam no plenário e que pediram a gente ouvisse a situação deles antes de votar”, falou.

Já o secretário de Ordem Pública, Franco, revelou que ele seria o secretário apontado por Taroba, simplesmente porque atendeu algumas pessoas do transporte ligeirinho. Franco enfatizou que a questão do transporte público é muito delicada e ressaltou que em nenhum momento defende ações clandestinas. “Temos que separar uma coisa de outra, nós sabemos que é preciso respeitar o trabalho realizado pelas cooperativas, mas, precisamos ouvir as pessoas, esse é nosso papel”, disse.

A vereadora Professora Patrícia (PT) também falou sobre a importância da votação do projeto, principalmente para combater a clandestinidade e afirmou que o secretário Taroba foi “infeliz” ao fazer tal comentário sobre a Casa. “O superintendente se expressou mal, ele deve se retratar com a Câmara . Não é que ninguém seja contra ou favor da clandestinidade , mas as pessoas precisam ser ouvidas. A Câmara de Vereadores é um dos poderes da cidade e deve ser respeitada”, concluiu.

Por Maíra Lima