Foto: Divulgação.O ex-dirigente ressaltou que o presente do clube é negro e o "futuro, a continuar nesta toada", acabará com a morte. Confira:

"Caro Presidente,

Quando da primeira eleição de V.Sa., fui pessoalmente convidado pelo ilustre amigo para assumir a Vice – Presidência Jurídica do E.C. Bahia, num projeto novo de recuperação do clube na sua parte física e administrativa, culminando com a tão sonhada democratização, através de eleições diretas entre os sócios, para assim fazer cumprir o acordo tabulado com a BAMOR, POVÃO e eu próprio, razão pela qual aceitei o convite.

Depois de idas e vindas, incluindo ações judiciais, assembleias de sócios que não terminaram, finalmente, quase quatro anos depois, foi aprovado o novo estatuto do clube o que, no entanto, não iluminou na democracia qualquer luz na sua política de renovação, porquanto inúmeras dificuldades foram criadas para a vida democrática do clube, a exemplo de eleições com filtro, a ser partido de um Conselho engessado e autocrático na sua formação e na sua condução, bem como o aumento excessivo das mensalidades daqueles que quisessem se associar, na medida em que a mesma saltou de R$ 40,00 (quarenta reais), para R$ 80,00 (oitenta reais).

No tocante ao elenco de jogadores disponibilizado, melhor sorte não teve o nosso clube, pois que inúmeras contratações foram realizadas sem a competência que se exige, o que ficou claro nas campanhas pífias que fizemos, principalmente neste ano de 2013, com a desclassificação da Copa do Nordeste, a classificação bisonha às finais do Campeonato Baiano e os jogos de maior importância realizados contra o E.C. Vitória.

Neste momento, o que se respira e transpira no seio da nossa torcida é um clamor por mudanças, porquanto o presente é negro e o futuro, a continuar nesta toada, nos remete à mais lenta e sofrida morte.

Mesmo que eu não tenha qualquer participação nas contratações de jogadores, de técnicos, comissão técnica, e outros menos votados que compõe o departamento de futebol, entendo que também me assalta a responsabilidade, pelo menos na omissão, pois somos todos responsáveis pelos fracassos.

Sei que muito se fez principalmente na estrutura física do clube e na organização administrativa, incluindo aí o departamento jurídico, e muito mais se tentou fazer, mas entendo que não é o bastante, não é o que a torcida espera, não é o que merece o Bahia e, por esta razão, penso que devemos dar oportunidade a outros que talvez enxerguem melhor os caminhos do presente e do futuro tão próximo e, assim, possam resgatar o que seja o Bahia oferecendo à torcida o melhor dos seus intelectos, das suas formas de administrar e que, melhor administrando, possam trazer para nós, inclusive para mim, que não vou desistir, dias melhores.

Assim, agradeço a lealdade e o respeito pela oportunidade que tive em fazer parte da diretoria do E.C. Bahia no período em que V.Sa. é Presidente, entendendo que a incapacidade não deve ser comemorada, nem tão pouco servir de espelho para aqueles que nos cercam e que a torcida do Bahia merece resgatar sua esperança; assim, estou RENUNCIANDO ao cargo da diretoria que ocupo neste clube, pedindo desculpas pelos meus erros e desejando àqueles que permanecem e àqueles que vierem somar esforços, sucesso e dias melhores, porque serei sempre BAHIA.

Salvador, 15 de maio de 2013.
Saudações tricolores
Ademir Ismerim"