Não foi o São Paulo que perdeu do Vitória. O Vitória é que ganhou do São Paulo. E bem! Com a personalidade de um time que, neste momento, briga pelo título do Campeonato Brasileiro.

O triunfo por 3 a 2, regido pelo argentino Maxi Biancucchi, em Salvador, pela sétima rodada da competição, só não virou goleada por falta de pontaria dos baianos.

Espaço para afundar o São Paulo o Rubro-Negro teve de sobra.

A defesa tricolor parecia uma peneira. Desatenta, desentrosada, despreparada… Presa fácil para um ataque rápido e eficiente como o montado por Caio Júnior no Vitória. Os laterais, é verdade, colaboraram muito nesse sentido. Mas a zaga adversária facilitou o trabalho.

Situação bem diferente da vivida por Paulo Autuori.

O novo técnico tricolor terá muito trabalho para reviver os bons momentos de 2005, quando foi campeão da Libertadores e do mundo. Com esse elenco, aliás, talvez seja quase impossível ambicionar algo parecido.

Afinal, são apenas dois pontos de distância do Z-4.

O próximo desafio do São Paulo, que não vence há oito jogos, é na quarta-feira, dia tão anunciado pela torcida nos últimos dois jogos do time. No dia 17, no estádio do Pacaembu, o Tricolor decide o título da Recopa Sul-Americana contra o Corinthians. O rival venceu a primeira partida no Morumbi por 2 a 1.

Para virar é preciso vitória por dois gols.

Pelo Campeonato Brasileiro, o São Paulo volta a campo apenas no sábado, dia 20 de julho, às 18h30, contra o Cruzeiro, no estádio do Morumbi.

O Vitória, por sua vez, tem o clássico estadual diante do Bahia, no domingo, às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Os dois jogos são pela oitava rodada da competição.

Edson Ruiz/Agência EstadoDinei, acompanhado de Renato Cajá, comemora o primeiro gol do Vitória

Vitória aposta no contra-ataque; Ceni salva

Pela maneira como o São Paulo atuou nos primeiros dez minutos, certamente os mais apressadinhos comentaram (ou simplesmente pensaram) que já se via o dedo de Paulo Autuori na equipe.

Confiante, o Tricolor foi para o ataque, trocou passes, arriscou pelas pontas e abriu o placar em Salvador.

Rodrigo Caio iniciou boa jogada pela intermediária e tocou para Osvaldo na esquerda.

O atacante deixou um marcador para trás e cruzou para o meio de área.

O goleiro Wilson desviou e ajudou Aloísio a anotar o primeiro gol do São Paulo.

Mas o Vitória logo se encontrou e devolveu a instabilidade aos paulistas.

Com o rival pressionado e indo ao ataque a todo custo, o Vitória foi presenteado com muito espaço. E o contra-ataque virou a principal jogada dos baianos.

Foi assim que saiu o gol de empate, marcado por Dinei.

Maicon perdeu a bola no ataque e Renato Cajá acionou Dinei.

O atacante chutou colocado e empatou.

A verdade é que era muito cedo para ver sinais de Autuori no São Paulo.

O “legado” de Ney Franco ainda incomodava.

Falta de padrão, desentrosamento e insegurança. Ingredientes que anteviam a virada do Vitória, conquistado depois de falha de Rodrigo Caio na grande área. Maxi Biancucchi aproveitou e bateu por cobertura.

Perdido e abatido, o São Paulo só não foi para o intervalo com a derrota porque o São Paulo, aí sim, reviveu um dos lances que mais ajudaram Paulo Autuori a conquistar a Libertadores de 2005 pelo Tricolor: falta para Rogério Ceni.

O goleiro cobrou com categoria e deixou tudo igual no placar do Barradão.

Tango baiano

Se com menos de cinco minutos do segundo tempo o placar marcasse 4 a 2 para o Vitória não seria nenhum exagero. E se não foi assim, a culpa é de Renato Cajá.

Primeiro, ele perdeu gol incrível na pequena área, após cruzamento de Maxi Biancucchi.

Depois, o meia desperdiçou pênalti, chutando para fora.

O próprio Cajá, no entanto, deu um jeito de amenizar seus erros com um lindo para Nino na direita.

O lateral do Vitória cruzou na medida para Maxi Biancucchi anotar seu segundo gol na partida e recolocar os baianos em vantagem. O argentino só não marcou o quarto do Rubro-Negro minutos depois porque faltou pontaria.

Se faltou pontaria ao Vitória, faltou equilíbrio ao São Paulo.

Segundos depois de Paulo Autuori tentar adiantar o time com a entrada do atacante Ademílson na vaga de Maicon, Wellington, infantilmente, fez falta dura na lateral e, como já tinha o cartão amarelo pelo pênalti cometido, levou o segundo e foi expulso.

Com igualdade de condições, o time baiano já tinha muito espaço para criar.

Principalmente pelas laterais.

Depois, com um a mais, viu a defesa do São Paulo escancarada.

Mas parecia faltar perna ao time baiano para, talvez, construir uma goleada em cima do time do Morumbi.

Enquanto a torcida do São Paulo cobrava reação imediata para a final da Recopa, quarta-feira, contra o Corinthians, a do Vitória se divertia com o triunfo contundente sobre o rival paulista. Até mesmo alguns gritos de “olé” foram ouvidos nas arquibancadas do Barradão. Os tempos mudaram para o Tricolor.

As informações são do Globoesporte