A goleada do Bahia sob o Vitória veio em um bom momento. Na Arena Fonte Nova, o Tricolor teve amplo domínio sobre o maior rival e venceu por 4 a 1. Resultado importante para moral dos jogadores, que tiveram uma semana turbulenta, com protesto da torcida, e também para fazer a equipe deixar a zona de rebaixamento da competição.

Outro importante ponto, o setor ofensivo do tricolor sofria críticas pela falta de gols. Antes deste domingo, o time tinha marcado apenas duas vezes nos últimos seis jogos. O técnico Enderson Moreira avaliou o que provocou o crescimento da equipe na partida desta tarde.

” Fui mostrando para eles um caminho. O futebol tem vários caminhos. Dentro do que tenho observado, fui trilhando um pouco o caminho do grupo, o que pode fazer. Sempre fiz isso com os treinamentos. Agora, sentar com os jogadores, em grupo, individualmente, em pequenos grupos, por setor. Ontem à noite, hoje pela manhã, antes da prelação, chamando quase que individualmente cada atleta, mostrando o que estava pensando. Ressaltar o grande trabalho do DADE. Toda a direção, Diego que está muito próximo, todo mundo muito envolvido. O que a gente fez foi passar um caminho, mas o mérito todo é dos atletas, que aceitaram essas informações, tentaram fazer, as vezes com alguns desencaixas, que são normais, mas eles estão tentando fazer”, disse Enderson Moreira.

Na última sexta-feira, os jogadores tricolores se depararam com protesto de membros de uma torcida organizada no aeroporto de Salvador. A situação gerou confusão e acabou com o carro do zagueiro Everson sendo perseguido e danificado. O técnico Enderson Moreira lamentou o caso.

“Primeiramente, acho que se em alguns momentos faltou um pouquinho daquilo que os atletas têm em capacidade técnica, organização tática, uma coisa que não faltou foi determinação e vontade de fazer com que as coisas pudessem ser melhores. A gente teve uma viagem complicada, jogar contra o Vasco lá nunca foi fácil, equipes que se prepararam muito para esse retorno, e a gente não parou hora nenhuma. A gente sabia que ia ter sofrimento nesse retorno. A gente conseguiu a classificação na Copa do Brasil com muita dificuldade, mas é um momento especial para o clube. Classificação muito importante. Fizemos, na minha concepção, um ótimo jogo contra a Chapecoense. Todos reconheceram isso, lá principalmente. E fomos surpreendidos em nosso retorno. Fizemos quase 12 horas em trânsito, todo mundo muito cansado, eu que não joguei estava morto fisicamente falando, sem contar as questões emocionais e, para mossa surpresa, fomos recebidos de uma maneira que não posso aceitar de forma alguma. Todos nós somos profissionais. Precisamos ter o direito de ir e vir e voltar para nossa casa em segurança. Fomos recebidos de uma maneira que deixou estrago em nosso grupo. A gente não sabia como poderia reverter isso. Jogadores que ficaram emocionalmente abalados, mas tomamos a decisão de abraçá-los. Abrimos mão do treinamento de sábado. E a gente tentou tirar um pouco dessa carga que é colocada. Tenho uma concepção que a gente não pode nem comemorar muito nos momentos positivos, ficar agora entusiasmado e achar que está tudo bom, porque não está. Tenho consciência disso. Nem nos momentos ruins achar que está tudo ruim. Teve coisas boas tambémém. Lamentar o que aconteceu em nossa chegada. O verdadeiro torcedor do Bahia vai estar com a gente em todos os momentos. Sempre estiveram. Não vai ser agora que eles vão nos abandonar. A gente lamenta o que deixou de conquistar, mas precisa ter cabeça e tranquilidade para continuar trabalhando e buscando fazer o melhor”.

O treinador do Bahia também avaliou os desempenhos do lateral-direito Bruno e do centroavante Gilberto, titulares pelo segundo jogo consecutivo.

“Não gosto de falar individualmente porque trabalho em equipe. Valorizar uma ou outra peça é muito difícil. São dois jogadores experientes, de alto nível, que têm entendimento muito bom. O grupo do Bahia nos recebeu muito bem, não só a comissão, mas os atletas. A gente tem que receber quem está chegando da mesma forma que gostaria de ser recebido quando chega em algum lugar. Eles foram muito amorosos, carinhosos com quem está chegando. Foi uma atitude muito bacana deles, isso trouxe tranquilidade para quem está chegando. Talvez não estivesse em nosso planejamento o Bruno iniciar rapidamente, mas com a lesão do Nino a gente teve que iniciar. O Gilberto já estava inserido”.

O Bahia volta a atuar na quarta-feira, quando encara o Cerro, do Uruguai, pela segunda fase da Copa Sul-Americana. A partida será realizada na Arena Fonte Nova, em Salvador, às 21h45 (de Brasília)

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