“Não é dividir, nem polemizar, nem doutrinar”, essa afirmação foi proferida pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao comentar sobre a ausência de questões no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) relacionadas ao período da ditadura militar.

De acordo com um levantamento realizado pela Folha, a primeira edição do exame (considerado a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil) sob o governo Jair Bolsonaro (PSL) foi também a primeira, em ao menos dez anos, que não trouxe questões relativas à ditadura nas provas de ciências humanas e linguagens.

Ainda segundo o ministro, o debate que envolva questões da ditadura nas provas do Enem não vai fazer com que se caminhe para algo produtivo.

“A gente já pode começar falando em regime militar, ditadura militar. Essa é uma discussão que eu acho que a gente não vai caminhar para nenhum lugar”, pontuou o ministro. Em seguida, completou: “E se não caiu [questões sobre a ditadura militar], eu não participei das escolhas das questões”.

Ontem (3), foi o primeiro dia de provas Enem 2019, aplicadas em todo o país.

Investigação na aplicação

A Polícia Federal (PF) segue apurando um vazamento de uma imagem da prova do Enem nesta edição. A suspeita é que um aplicador do exame tenha cometido a irregularidade, no entanto, o nome do acusado ainda não foi divulgado.

O ministro disse que o responsável será punido.

“O que a gente vai tentar é escangalhar ao máximo a vida dele. Eu sou a favor, sempre, que a pessoa que é um transgressor pague o preço da transgressão dela. Eu sou uma pessoa que acha que as punições no Brasil são leves”, assegurou Weintraub.

E finalizou: “Vamos atrás dele. Não estamos mais no Império Romano. Não existe mais empalamento nem crucificação”.

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