Este domingo (17) marca o primeiro dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A prova de admissão à educação superior, que por si só já gera ansiedade nos estudantes que a fazem, terá início em meio à segunda onda de disseminação da covid-19. Consultados, profissionais de educação e psicologia indicam o melhor caminho para a realização de uma boa avaliação.

Larissa Cardoso é estudante do Instituto Federal da Bahia (IFBA), onde as aulas foram interrompidas por conta da pandemia e, embora tenham sido retomadas à distância, a vestibulanda não sente que recebeu o devido preparo para o ENEM através da instituição. Houve necessidade de recorrer a cursinhos online.

“Foi diferente e estressante, entretanto, esses cursos são mais acessíveis financeiramente e permitem uma flexibilização dos horários”, conta ela, que sentiu sua ansiedade ser agravada em virtude da pandemia. Apesar do atual cenário caótico, a jovem não acha que um novo adiamento da prova seria interessante, justamente por contribuir para o aumento dessa ansiedade nos estudantes.

Já o professor de redação Léo Mendes vê a situação de outra maneira, tendo em mente que o Governo deveria esperar mais para a realização do exame. Este acontecerá nos dias 17 e 24 de janeiro, em sua versão impressa, e 31 de janeiro e 7 de fevereiro, em sua versão digital. “Estamos vivendo uma segunda fase da pandemia, o que torna o cenário mais arriscado para a realização de um exame que mobiliza um número enorme de participantes. Portanto, que os cuidados de prevenção sejam tomados com muito mais atenção”, ele alerta.

Sobre a tão esperada redação, o profissional com 27 anos de experiência aponta alguns temas possíveis, a exemplo da própria educação à distância, o comércio virtual, a pandemia ou os 30 anos do Código de Defesa do Consumidor. Para ele, o mais provável é que as questões do concurso dialoguem com a realidade atualmente vivenciada, como de costume. “O ENEM é um tipo de exame cujas provas têm um perfil consagrado pelos anos. Por isso, o estudante não deve esperar nada que destoe dessa tradição”, afirma.

O educador também aconselha os participantes do processo seletivo a reunirem seus documentos com antecedência e o que mais for necessário levar para o local de prova, como mais de uma caneta preta de tubo transparente, máscara de proteção e álcool em gel. “É importante também nutrir a mente de bons pensamentos e de fé em si mesmo”, conclui.

A psicóloga Erica Ferreira vê o controle emocional como importante elemento para se realizar uma boa prova e que deve ser exercitado desde antes dela. “Neste sábado que antecede a prova, pare de ler, pare de pesquisar. Agora é momento de colocar a cabeça no lugar, fazer uma higiene mental e acreditar que vai dar certo”, ela aconselha, recomendando também uma boa noite de sono e alimentação correta. Para o momento da prova, a profissional recomenda que o estudante evite ficar preso ao relógio ou olhando os colegas na tentativa de se comparar.

Em sua visão, o nervosismo surge em virtude das expectativas depositadas nos estudantes, por parte das respectivas famílias e deles mesmos. Para se obter bons resultados é preciso se desprender dessas cobranças e focar no conhecimento adquirido.

ENEM no Amazonas

Vale lembrar que a prova foi suspensa no Amazonas por conta do colapso no sistema de saúde, causado pela alta de casos de covid-19. Os mais de 160 mil inscritos do estado agora deverão fazer a prova em 23 e 24 de fevereiro. O Governo Federal recorreu contra a decisão de adiamento, sem sucesso.

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