“Era uma dessas mulheres que ia para o trabalho sorrindo, um coração bondoso que acreditava na vida, no amor, no carinho das pessoas”, foi assim que Ana Gomes definiu a amiga Marilene Estrela, de 60 anos, encontrada sem vida na tarde de ontem (26), por volta das 15h40, em um terreno abandonado no bairro Alto da Cruz, Radial A, em Camaçari.

Ainda segundo Ana, o sorriso contagiante da amiga é uma lembrança que nunca sairá de sua memória. “Lembro do sorriso dela quando encontrava comigo e dizia: ‘Menina, você nunca envelhece não?’. O sorriso dela era uma marca registrada, ela era muito alegre”.

Ana Gomes conhecia a vítima há mais de dez anos. Ela chegou a morar no bairro da Gleba A, onde Marilene residia com a família.

O crime deixou a população camaçariense consternada, fomentando ainda mais um cenário de medo e insegurança ao transitar pelas ruas da cidade.

Desaparecimento

Marilene desapareceu ontem, em torno das 8h, sem os documentos de identificação e sem o aparelho de celular. Ela era funcionária aposentada da Secretaria de Saúde de Camaçari (Sesau), inclusive, o benefício havia saído há cerca de sete meses.

Velório

O corpo de Marilene está sendo velado na Funerária Alternativa, situada na Avenida Concêntrica, no Camaçari de Dentro. A família informa que o enterro será no cemitério Jardim da Eternidade, no bairro da Lama Preta.

Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

A aposentada deixa o marido Zé Carlos e os quatro filhos: Nívia Estrela; Carla Estrela; Luciana Estrela; e Tiago Estrela.

Crime

Segundo informações policiais, a vítima, que foi encontrada em um terreno abandonado situado na região da Radial A, tinha marcas de duas facadas.

Ademais, existe indícios de que Marilene tenha sido estuprada, pois estava sem a roupa íntima. A polícia segue investigando o crime.

Falta de Segurança

O terreno abandonado que a vítima foi encontrada já é alvo de diversas denúncias de estupro e crimes na cidade. A população relata apreensão em transitar pela localidade, que serve de “esconderijo” para criminosos.

Em seu desabafo ao Bahia No Ar, Ana Gomes também pontuou que espera que o caso da amiga não seja apenas mais um e que sirva de alerta para os poderes públicos manifestarem alguma solução ao problema do terreno abandonado (não só nessa região), bem como ao aumento de debates e medidas preventivas em relação a segurança dos munícipes, sobretudo da população feminina.

Ela frisou o aumento significativo do número de casos de violência contra a mulher no município e destacou a importância da discussão sobre a temática, que inclui não só a violência motivada por desconhecidos, mas também pelos companheiros, familiares e cuidadosos.

“A gente precisa abrir uma discussão mais séria nas escolas, no ambiente de trabalho, na rua. Os poderes públicos precisam tomar alguma providência a respeito da segurança da mulher. Foi com minha amiga, já aconteceu com outras mulheres e poderia ter sido eu”, alerta.

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