Nesta terça-feira (29/12), o cantor Gerônimo Santana falou sobre a esperança de dias melhores para o ano de 2021. Em entrevista aos jornalistas Mário Kertész e Malu Fontes, da Metrópole, o artista, que está sem fazer shows por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), chegou a afirmar que ele prefere “morrer de fome” do que arriscar vida dele e a de pessoas.

Desde o início da pandemia da Covid-19, Gerônimo frisou que se apresentou em duas lives na internet. Depois, o músico pontuou que tem evitado se arriscar em novas apresentações.

“Estou com uma depressão, que é aparente, não é nada. Mas não sinto vontade de tocar violão, de cantar. É para eu ter esse estímulo, mas muitas vezes eu fico olhando e é como a música de Djavan: ‘Morrer de sede em frente ao mar’. É assim que eu me sinto”, desabafou.

Após ser perguntado sobre como o cenário musical está lidando com a crise e também sobre a postura de outros artistas, Gerônimo destacou: “A classe artística musical na Bahia é muito frágil. Agora, há pouco tempo atrás, quando aconteceu que o prefeito queria fazer uma live com Gusttavo Lima e Ivete Sangalo, alguns artistas ficaram magoados por não terem sido convidados. Um repórter perguntou ao prefeito como ele via isso e o prefeito foi infeliz em dizer que era olho gordo, dor de cotovelo. Na verdade, não é isso. Nós somos a cidade da música, é assim que a gente é colocado no Brasil e no mundo. Tantos artistas estão tentando trabalhar e fazer alguma coisa”.

“O dinheiro que cada artista ganha, ele gasta aqui. Ele se multiplica aqui. Quem vai concordar com isso? É legal ser chamado para ganhar um milhão, meu Deus do céu… É uma alegria. Mas, ao mesmo tempo, é um perigo”, completou.

E seguiu: “Eu penso e temos que pensar em alternativas. Se tem uma mídia, uma rádio, vamos fazer a caixa alta e enriquecer a Bahia com seus artistas e a Bahia com o seu consumo. Sou muito suspeito, cada um tem sua necessidade que lhe põe o pé. Mas eu prefiro morrer de fome do que arriscar a minha vida, a de pessoas, em relação a estes tipos de show”.

Ademais, em sua análise, Gerônimo ainda ressaltou que espera um exemplo por parte dos outros músicos para a sociedade.

“Tenho esperança de que a gente dê um exemplo de obediência civil. Eu me lembro quando era criança, minha mãe dizia: ‘Cuidado quando for para rua porque o cecéu vai te comer’. A gente tem que dizer isso verdadeiramente para as pessoas. Ainda está na cabeça dessas pessoas que isso não vai acontecer com elas. O que acontece é que é um trabalho que todo artista deveria fazer, capitaneado e falando sobre os problemas. A pessoa pode até se curar, mas é muito perigoso”, disse.

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