O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já foi um crítico do chamado “Centrão”, chegando a classificar o grupo político como “o que há de pior no Brasil”, mas vem buscando aproximação. Sua mais recente manobra foi o convite feito ao senador Ciro Nogueira (PP) para assumir a Casa Civil. A fim de justificar a decisão, o presidente afirmou ontem (22) que também faz parte do Centrão.
“Eu sou do Centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PTB. O PP, lá atrás, foi extinto, depois renasceu novamente”, declarou. Ele afirma que o Centrão surgiu quando alguns partidos se uniram em uma campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) e acabou ganhando conotação negativa injustamente.
“Ficou, então, rotulado ‘Centrão’ como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá. A Tereza Cristina é do PFL [ hoje Democratas ], o Onyx Lorenzoni também é do Democratas, o Ciro Nogueira, que deve integrar nosso governo, é do PP…”, completou.
Na ocasião, o chefe do Executivo deixou clara a busca por alianças para melhorar sua governabilidade, já que os partidos de centro têm cerca de 200 representantes. “Se você afastar esses partidos de centro sobram 300 votos para mim, afastando outros cento e poucos parlamentares de esquerda eu vou governar com um quinto da Câmara? não tem como”, Bolsonaro concluiu.
