Durante entrevista exclusiva na tarde desta quarta-feira, 20, ao programa Bahia No Ar, apresentado pelo radialista Roque Santos, a delegada Thaís Siqueira, titular da 18ª Delegacia Territorial (DT/Camaçari ) e ex-titular da DEAM do município, deu detalhes sobre todo o procedimento feito pela polícia, na época em que a jovem Eva Luana, fez a primeira denúncia de abuso contra o padrasto. Na tarde de ontem (19), a jovem fez um vasto relato sobre a violência sofrida por um período de quase nove anos e revelou que foi obrigada a retirar a primeira queixa que prestou contra o agressor.

Segundo Drª Thaís, a denúncia ocorreu em outubro de 2011, quando Eva Luana ainda era uma adolescente. Na ocasião, a menina esteve na unidade policial acompanhada da mãe e relatou os abusos. O padrasto denunciado, foi ouvido no mês de novembro e negou as acusações. Drª Thaís ressaltou que as investigações sobre o caso não foram interrompidas e o inquérito foi instaurado.

A delegada enfatizou que na época da denúncia, os devidos exames foram solicitados pelo delegado a frente do caso e foram efetuados. O laudo comprovou que houve desvirginamento antigo. No entanto, em fevereiro de 2012, Eva Luana retornou a delegacia para mudar o depoimento, alegando que havia mentido a pedido da mãe e que havia perdido a virgindade com um colega da escola. A mãe de Luana confirmou a história da filha, afirmando que ela mandou a adolescente mentir, para incriminar o companheiro.

“Ela foi ouvida novamente e informou que inventou os fatos e que foi orientada por sua genitora a mentir. Claro que ela pode ter sido obrigada por ele [padrasto]a desmentir, só que, na delegacia não tinha como saber que estava acontecendo tudo isso”, pontuou.

Outro ponto que a delegada esclarece é que o inquérito do caso foi encaminhado para o Ministério Público (MP-BA) no dia 21 de dezembro de 2012. “Eu quero que a população entenda, que pode ter ocorrido a falha do estado sim, porque essa menina foi vítima durante todo esse tempo, mas no único momento que ela teve coragem para denunciar, ela voltou logo depois e desmentiu tudo”, falou.

Drª Thaís, também explicou que o inquérito policial é uma peça informativa, onde o delegado apura as circunstâncias e encaminha ao MP que é o autor da ação penal. A partir daí o MP pode ter três condutas ao receber o inquérito; arquivar, denunciar ou devolver para a delegacia para novas diligências. A delegada esclareceu também, que o inquérito não foi devolvido para a unidade policial.

Por fim a delegada parabenizou a corajosa decisão da jovem, em relatar o ocorrido, para incentivar outras meninas vítimas de abuso a denunciar e reafirmou o comprometimento da DEAM com as vítimas.

” Não estou aqui tirando a nossa responsabilidade, peço que as pessoas continuem tendo a coragem de denunciar e digo que existe compromisso sim com a sociedade e mesmo não estando mais a frente da DEAM, estamos aqui para servir ao povo”, finalizou.

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